domingo, 27 de novembro de 2011

sábado, 26 de novembro de 2011

Explendores e misérias do day after





1. O pobre Diário de Notícias, com mais do que idade para merecer respeito da parte de quem o dirige, escolhe como manchete de um dia de enorme greve geral «Polícia teme mais conflitos após incidentes na greve».


2. Afinal, ainda não vivemos numa República das Troikas. Depois da indignação cidadã que correu viralmente na internet, acerca da inqualificável violência de um polícia à paisana infiltrado na manifestação em S. Bento, a PSP abriu um processo de averiguações.


3. Um general com respeitável folha de serviços foi fazer, na Antena 1, o papel que corresponde, na ética e linguagem dos seus camaradas de armas, ao de «sabujo de paisanos».


4. Mas outro general, Garcia dos Santos, surgiu na televisão a, muito militarmente, chamar os bois pelos nomes no que respeita à corrupção e desvio de dinheiro para os partidos do centrão, na então Junta Autónoma das Estradas. (Mas talvez numa coisa se engane; talvez não tenha sido perseguido pela sua proximidade ao Ramalho Eanes, mas pelo seu importante papel no 25 de Abril...)


5. Na abertura solene do ano académico da Universidade de Lisboa, contra todos os hábitos e protocolo, o discurso do representante dos funcionários foi interrompido por uma estrondosa e longuíssima salva de palmas. Tinha ele referido que as preocupações do seu discurso eram semelhantes às que tinham justificado a paralização do dia anterior, acabando a sua enumeração ao referir que nos é retirada parte do salário para pagar erros que não fomos nós a cometer.

Ao meu lado, um colega senior que certamente votou num dos partidos do governo, batia palmas convicto, logo que eu comecei a batê-las. Não foi por acaso que um manifesto como este recolheu 170 assinaturas de cientistas sociais das mais diversas disciplinas, instituições e simpatias políticas, em menos de 3 dias.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Bichaninho, bichaninho!...





Embora esta notícia careça de confirmação (através das muitas fotos e filmagens que certamente terão sido feitas), chegou-me já de duas pessoas que ainda estavam em S.Bento na altura das tensões entre a polícia e participantes no desfile promovido pelo M15Out.

Ambos me dizem que um dos mais activos instigadores da ocupação da escadaria, careca e vestido com t-shirt preta, pouco depois atravessou calmamente a barreira policial e se foi juntar aos comandos policiais que estavam junto da entrada da AR.

Alguém tem fotos?
Haverá certamente mais bichanos vestidos de coelhos, mas sempre é bom ir identificando tal espécie.



Actualização de informações: a t-shirt do tareco em causa tinha mangas compridas e ele foi visto, depois, a dirigir-se para a carrinha das detenções, onde deverá ter sido filmado pelas televisões que estavam no local.

Há quem faça greves gerais e quem faça happenings





Há quem pare o país, e quem ache mais importante mandar garrafas de cerveja aos polícias.

Ha quem tenha como objectivo parar a política de austeridade e criar soluções alternativas, e há quem tenha como objectivo ocupar as escadas exteriores da Assembleia da República.

Há quem queira mostrar a força que os trabalhadores podem ter num país, há quem queira mostrar a força que uma multidão pode ter a empurrar barreiras metálicas.



A cada um, afinal, o seu sentido daquilo que é importante em política e daquilo que é politicamente importante na situação actual.


Mas montar-se às cavalitas de uma extraordinária greve geral e do movimento sindical, para a marcar mediaticamente com tão transcendentes objectivos e práticas, revela uma dupla pequenês, para além doutras que existam:

A pequenês de carneiros à cornada ao cão do pastor, em vez de ao dono da agropecuária que paga ao pastor.

A pequenês de quem se mete a reboque de quem tem a força e a capacidade mobilizar uma greve geral para, mobilizando pessoas em nome dela, fazer o seu happeninguesinho.


Há quem faça greves gerais. E há quem pareça fazer tudo para que os media não falem delas, mas de fait divers.

Bem-vindos à equipa dos produtores de notícias sobre futebol, estende-lhes a mão, sorrindo, Miguel Relvas.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

mais de 150 cientistas sociais em defesa do Estado Social e apoio à greve geral





EM DEFESA DA DIGNIDADE, DO TRABALHO E DO ESTADO SOCIAL, APOIAMOS A GREVE GERAL



O último ano tem sido marcado por uma catadupa de decisões políticas atentatórias das condições de vida dos cidadãos e dos serviços e apoios sociais arduamente conquistados ao longo da história, criando uma situação que é tão mais gravosa quanto ocorre num quadro de progressivo desemprego e recessão económica.




É o caso dos cortes unilaterais nos salários dos trabalhadores do Estado, da apropriação fiscal de grande parte do subsídio de Natal dos trabalhadores e pensionistas, do corte dos subsídios de Natal e de férias dos trabalhadores do sector público e dos pensionistas que, tal como o aumento do horário laboral no sector privado, estão previstos para o próximo ano, da substancial diminuição do financiamento ao Serviço Nacional de Saúde e à educação pública, ou da restrição do acesso ao subsídio de desemprego e a outras prestações sociais.



No entanto, estas opções políticas não se limitam a agravar as condições de vida dos trabalhadores, pensionistas e suas famílias, fazendo até perigar a própria subsistência de muitos deles em condições minimamente dignas.



Essas decisões são tomadas em nome do reequilíbrio das contas públicas e da necessidade de servir a dívida. No entanto, devido à recessão que já provocam e irão aprofundar, não permitirão sequer atingir esses objectivos. Dessa forma, ao sofrimento imposto a milhões de pessoas e à injustiça na repartição dos custos, vem somar-se a consciência da inutilidade de tais sacrifícios.



Mais ainda, as medidas tomadas no âmbito das políticas de “ajustamento” constituem uma brutal subversão do contrato social que permitiu à Europa libertar-se, após a II Guerra Mundial, da endémica incerteza e insegurança de vida dos seus cidadãos e, com base nisso, assegurar vivências mais dignas, uma maior equidade e níveis de paz social e segurança colectiva sem paralelo na sua história.



Ao subverterem a credibilidade e a segurança jurídica da contratação laboral e sua negociação, ao esvaziarem e restringirem os elementos de Estado Social implementados no país (pondo com isso em causa o acesso dos cidadãos à saúde, à educação e a um grau razoável e expectável de segurança no emprego, na doença, no desemprego e na velhice), essas opções políticas, apresentadas como se de inevitabilidades se tratasse, reforçam as desigualdades e injustiças sociais, abandonam os cidadãos mais directamente atingidos pela crise, e criam as condições para que a dignidade humana, os direitos de cidadania e a segurança colectiva sejam ameaçados pela generalização da incerteza, do desespero e da ausência de alternativas.



Por essas razões, os cientistas sociais signatários reafirmam que os princípios e garantias do Estado Social e da negociação consequente dos termos de trabalho não são luxos apenas viáveis em conjunturas de crescimento económico, mas sim condições básicas da dignidade e da existência colectiva, que se torna ainda mais imprescindível salvaguardar em tempos de crise. São, para além disso, elementos essenciais de qualquer estratégia credível para ultrapassar a crise e relançar o crescimento económico.



Num quadro de fortes limitações orçamentais, esse imperativo societal requer a reversão das crescentes assimetrias na distribuição de riqueza entre capital e trabalho, designadamente através da utilização de uma substancial e mais equitativa tributação dos lucros e mais-valias como fonte do reforço de financiamento dos serviços e prestações sociais.



Sendo as opções governativas em curso (e em particular a proposta de OGE 2012) contrárias a estas necessidades e atentatórias da dignidade humana e da segurança colectiva, os cientistas sociais signatários apoiam a Greve Geral convocada pela CGTP-IN e a UGT para o próximo dia 24 de Novembro, apelando aos seus concidadãos para que a ela adiram.



Tratando-se embora de uma acção a nível nacional, os signatários saúdam também esta Greve Geral como um momento do combate europeu contra as políticas de austeridade e de regressão social, a favor de mudanças na política europeia que coloquem no centro os cidadãos, o crescimento económico, o desenvolvimento e a defesa da Europa Social e da democracia.

Os cientistas sociais:

Alan Stoleroff (ISCTE-IUL), Albino Cunha (ISCSP-UTL), Alexandre Abreu (CEG-UL), Amanda Guapo (IELT-UNL), Ambra Formenti (ICS-UL), Amélia Frazão Moreira (FCSH-UNL), Ana Benard da Costa (ISCTE-IUL), Ana Benavente (ULHT), Ana Cordeiro Santos (CES-UC), Ana Costa (ISCTE-IUL), Ana Cristina Ferreira (ISCTE-IUL), Ana Cristina Santos (CES-UC), Ana Delicado (ICS-UL), Ana Horta (ICS-UL), Ana Margarida Esteves (Tulane Un.), Ana Paula Guimarães (FCSH-UNL), Anália Torres (ISCSP-UTL), André Gago (IETL-UNL), Anne Cova (ICS-UL), António Brandão Moniz (FCT-UNL), António Carlos Santos (UAL), António Galamba (antr.), António José dos Santos (ISPA), António Monteiro Cardoso (CEHCP-IUL), António Teodoro (ULHT), Brian O'Neil (ISCTE-IUL), Britta Baumgarten (CIES-IUL), Carlos Augusto Ribeiro (FCSH-UNL), Carlos Pedro (antr.), Carlos Rodrigues (UA), Catarina Casanova (ISCSP-UTL), Cícero Pereira (ICS-UL), Clara Saraiva (FCSH-UNL), Cristiana Bastos (ICS-UL), Cristina Santinho (CRIA), Domingos Morais (IELT-UNL), Dulce Simões (INET-UNL), Eduardo Castro (UA), Elisabete Figueiredo (UA), Elísio Estanque (CES-UC), Elsa Lechner (CES-UC), Elsa Peralta (ICS-UL), Emília Margarida Marques (CRIA), Fátima Sá M. Ferreira (ISCTE-IUL), Fernanda Pratas (CLUNL), Francisca Alves-Cardoso (FCSH-UNL), Frédéric Vidal (CRIA), Giovanni Alves (CES-UC), Gonçalo Santinha (UA), Graça Videira Lopes (FCSH-UNL), Guilherme Fonseca-Statter (CEA-IUL), Gustavo Cardoso (ISCTE-IUL), Guya Accornero (CIES-IUL), Helena Lopes (ISCTE-IUL), Henrique Sousa (FCSH-UNL), Hermes Costa (CES-UC), Hugo Dias (CES-UC), Inês Godinho (antr.), Inês Sachetti (UCLA), Irene Flunser Pimentel (hist.), Isabel Cardigos (FCSH-UA), João Areosa (soc.), João Edral (IELT-UNL), João Estevão (ISEG-UTL), João Ferrão (ICS-UL), João Leal (FCSH-UNL), João Luís Lisboa (FCSH-UNL), João Paulo Dias (CES-UC), João Pedroso (FE-UC), João Pina Cabral (ICS-UL), João Rodrigues (CES-UC), João Seixas (ICS-UL), João Teixeira Lopes (FL-UP), João Vasconcelos (ICS-UL), Jorge Bateira (econ.), Jorge Carvalho (UA), Jorge Malheiros (IGOT-UL), José António Fernandes Dias (FBA - UL), José Carlos Mota (UA), José Castro Caldas (CES-UC), José Gabriel Pereira Bastos (CRIA), José Manuel Cordeiro (ICS-UM), José Manuel Pureza (CES-UC), José Manuel Rolo (ICS-UL), José Manuel Sobral (ICS-UL), José Mapril (CRIA), José M. Leal da Silva (IELT-UNL), José Neves (FCSH-UNL), Lourenzo Bordonaro (CRIA), Lucília José Justino (IELT-UNL), Luís Ferreira da Silva (ISCSP-UTL), Luís Silva (CRIA), Luís de Sousa (ICS-UL), Luís Souta (ESSE-IPS), Luísa Lima (ISCTE-IUL), Luísa Oliveira (ISCTE-IUL), Luísa Schmidt (ICS-UL), Luísa Tiago de Oliveira (ISCTE-IUL), Manuel Carlos Silva (ICS-UM), Manuel Couret Branco (UE), Manuel Loff (hist.), Manuela Ivone Cunha (UM), Margarida Paredes (CRIA), Margarida Pereira (FCSH-UNL), Margarida Perestrelo (ISCTE-IUL), Maria Cardeira da Silva (FCSH-UNL), Maria Clara Murteira (FE-UC), Maria Eduarda Gonçalves (ISCTE-IUL), Maria Fátima Ferreiro (ISCTE-IUL), Maria Inácia Rezola (IHC-UNL), Maria Inês Amaro (FCH-UCP), Maria João Freitas (LNEC), Maria José Casa-Nova (UM), Maria José Silveira (ISCSP-UTL), Maria Luís Pinto (UA), Maria da Paz Campos Lima (ISCTE-IUL), Mário Vale (IGOT-UL), Marlene Rodrigues (CPES-ULHT), Marta Prista (FCSH-UNL), Marzia Grassi (ICS-UL), Mauro Rodrigues (IELT-UNL), Mauro Serapioni (CES-UC), Michel Binet (CL-UNL), Micol Brazzabeni (CRIA), Miguel Cardina (CES-UC), Miguel Vale de Almeida (ISCTE-IUL), Mónica Truningen (ICS-UL), Nuno Domingos (ICS-UL), Nuno Martins (UCP), Oriana Alves (IELT-UNL), Patrícia Alves Matos (CRIA), Paulo Castro (ISCTE-IUL), Paula Godinho (FCSH-UNL), Paulo Alves (ISCTE-IUL), Paulo Castro Seixas (ISCSP-UTL), Paulo Granjo (ICS-UL), Paulo Mendes (UTAD), Paulo Peixoto (FE-UC), Paulo Raposo (ISCTE-IUL), Pedro Aires Oliveira (FCSH-UNL), Pedro Hespanha (CES-UC), Raquel Rego (ISEG-UTL), Raúl Lopes (ISCTE-IUL), Renato Carmo (ISCTE-IUL), Ricardo Sequeiros Coelho (CES-UC), Ricardo Paes Mamede, Rita Poloni (ICS-UL), Rosa Maria Perez (ISCTE-IUL), Rui Bebiano (CES-UC), Rui Tavares (hist.), Ruy Blanes (ICS-UL), Sanda Samitca (ICS-UL), Sara Falcão Casaca (ISEG-UTL), Sílvia Portugal (CES-UC), Sofia Aboim (ICS-UL), Sofia Sampaio (CRIA), Sónia Bernardes (ISCTE-IUL), Sónia Ferreira (FCSH-UNL), Sónia Vespeira Almeida (CRIA), Susana Boletas (ICS-UL), Susana Durão (ICS-UL), Teresa Albino (IICT), Teresa Carvalho (UA), Teresa Santos (ICS-UL), Tiago Correia (CIES-IUL), Tiago Saraiva (ICS-UL), Vera Borges (ICS-UL), Virgílio Amaral (CES-UC), Vitor Ferreira (ICS-UL), Vitor Neves (FE-UC)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Apelo aos Comerciantes


Caro Senhor comerciante:

É verdade que nos dias de greves a facturação costuma ser um pouco melhor.

É também verdade que as greves costumam ser feitas pelas pessoas que trabalham para outras, e não por quem tem o seu próprio negócio.

É verdade, ainda, que nas greves gerais as lojas costumam continuar abertas, dando a impressão de que tudo está normal e de que os comerciantes não têm nada a ver com o assunto.

Mas esta Greve Geral também tem a ver consigo. E muito.

Veja o meu caso: Desde o início do ano que levo para casa menos 8,5% do salário. No Natal, vou receber quase menos 1.000 euros de subsídio. No ano que vem, querem continuar a cortar-me no ordenado e não me querem pagar nem o subsídio de Natal, nem o de férias. E lá para Março vou pagar mais de IRS.

Quem é que acha que vai sofrer com isso, para além de mim e da minha família?

Não é o banco, pois a esse tenho sempre que continuar a pagar a casa.

São as compras que lhe faço a si e aos seus colegas que irão ficar cada vez mais pequenas, tal como as de todas as outras pessoas na minha situação. É também o senhor quem vai sofrer com isso.

Quanto mais o país ficar parado no dia 24, mais hipóteses há de que as coisas não sejam assim no ano que vem.

Ao fechar a porta do seu estabelecimento no dia da Greve Geral, estará a defender os interesses dos seus clientes e estará a defender os seus próprios interesses.

Peço-lhe que pense nisso.



Ass: Paulo Granjo, investigador científico




A partir de segunda-feira, irei entregar este apelo individualizado aos comerciantes da minha zona de residência, que me conhecem como cliente.

Quem achar que é boa ideia fazer o mesmo na sua rua, pode fazer download do texto aqui, adaptar o 5º parágrafo à sua situação, e introduzir o seu nome e profissão.

Penso que, mesmo que as lojas não cheguem a fechar dia 24, já é importante que os seus proprietários pensem neste assunto.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Anúncios classificados



Troca-se Ministro das Finanças ainda em bom estado e jeitoso a brincar com modelos económicos por velha economista emigrada no Brasil.
Resposta para Assembleia da República, S. Bento, Lisboa, Portugal.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Coisas que a gente aprende com a polvorosa de hoje nas chancelarias europeias, nos tais de mercados e nos media



Parece que o primeiro-ministro grego finalmente se lembrou (com um ano e tal de atraso) de um filme norte-americano que ambos devemos ter visto há uns 20 anos atrás, e em que a rechunchuda protagonista tinha como avisado lema que «se devemos 10.000 dólares ao banco, o problema é nosso; se devemos 10 milhões, o problema é do banco».

Parece que, para a “Europa” política de directórios, acordos de pistola na nuca e oportunas visitas de banqueiros a reuniões dos conselhos de ministros, essa coisa de convocar os mecanismos democráticos (mesmo que meramente formais) para que a populaça diga qualquer coisinha acerca do tipo de corda que preferem lhes aperte a garganta é uma inacreditável traição e subversão das regras do jogo, jogado entre gentleman que não ligam a esse lixo humano que nós somos.

Parece que, a julgar pelas declarações de dealers entrevistados pelas televisões, afinal os teis de “mercados” só querem o nosso bem e a estabilidade, andando frustrados, coitadinhos, com qualquer obstáculo às medidas para ultrapassar a crise a bem dos povos. Fica provado que só más-línguas verrinosas (entre as quais me incluo) podem achar que a sua preocupação é poderem continuar a recuperar especulativamente, em nome da crise, das perdas resultantes das suas asneiras que a causaram.

Parece, já sem ironias, que os lugares-comuns dominantes acerca da natureza da crise, da imposta resposta a ela e das (ausências de ) possibilidades futuras estão tão arreigadas, mesmo entre pessoas inteligentes e com provas passadas de espírito crítico, que a única justificação que encontram para este tardio ataque de democracia do primeiro-ministro grego é a ideia de que o homem está obcecado por se perpetuar no poder.