O Conselho de Segurança da ONU condenou por unanimidade a campanha de violência e de intimidação contra a oposição no Zimbabwe, considerando que as violências e restrições “tornaram impossível a realização de eleições livres e igualitárias no dia 27 de Junho".
Entretanto, o Secretário-geral da ONU apelou ao adiamento da segunda volta das presidenciais, para futura realização sob condições justas.
Perante uma resolução que recolheu uma unanimidade raramente alcançada antes nesse organismo internacional, Mugabe sugere que se trata de uma campanha de Londres e Washington para o invadirem... E afirma que se recusa a adiar as eleições, agora que conseguiu o que queria.
Haverá algum líder da SADC que ainda considere aceitável o comportamento do regime zimbabuéano? Ou mesmo tolerável?
Consideram que, depois disto e de tudo o que se passou antes, podem continuar a olhar para o lado, a assobiar para o ar e a tentar educadamente convencer a junta militar mugabiana a aceitar um regime de transição em que os perdedores presidam aos vencedores, sem os matarem?
É que nem isso (que já seria uma preversão) essa gente esteve disposta a aceitar e, desde o início da campanha para a 1ª volta, têm vindo cada dia a falar mais grosso e a bater mais forte.
Por causa da "diplomacia silenciosa", da compreensão e tolerância dos velhos camaradas, das "costas quentes" asseguradas ao regime assassino de um país falido pelo poder.
Líderes da SADC: ESTÁ NA HORA DE MOSTRAREM QUE BASTA!
Adenda: Os governantes assobiam, mas as pessoas estão fartas. A central sindical sul-africana, COSATU, apelou aos trabalhadores de todo o mundo para ajudarem a isolar Mugabe e o seu governo, considerando que ele e a Zanu «declararam guerra» contra o povo zimbabuéano.
2 comentários:
"Haverá algum líder da SADC que ainda considere aceitável o comportamento do regime zimbabuéano?"
É quase tudo, são quase todos, farinha do mesmo saco...
Quase, eu digo quase todos.
Talvez quase todos quisessem fazer o mesmo, se estivessem na mesma situação.
Talvez, até, haja muito quem queira transformar o "modelo queniano" em sistema, quando se perdem eleições, apesar de tudo.
(Aliás, conforme conversava ontem com um amigo e colega, talvez seja esse "O" tema para os cientistas sociais africanos estudarem, agora.)
Mas, enchendo a boca com democracia e legitimação pelo voto popular, não terão outra solução se não reconhecer o que Salazar deveria ter reconhecido em 1961: que os tempos mudaram.
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