A greve da fome de Aminetu Haidar, impedida de entrar num Marrocos que já por duas vezes fez dela prisioneira política, está a emocionar e chocar o mundo.
Toda a solidariedade lhe é devida e bem-vinda.
Mas convém também que nos lembremos que este caso é apenas um ponto visível do drama de três décadas de anexação do Sara Ocidental por parte de Marrocos.
E que esse drama é um dos muitos que se arrastam nesse país.
Convém que nos lembremos que Marrocos, aqui ao lado, é governado por uma ditadura de mão pesada e ensanguentada sempre que necessário.
Porquê a condescendência, agora, do governo espanhol e da União Europeia?
E porquê o sistemático olhar para o lado e, mais do que isso, a ocultação (quando não o branqueamento) daquele regime e do que por lá se passa?
Não será, certamento, por causa dos anacrónicos enclaves de Ceuta e Melila.
A rede de interesses económicos entretanto tecida?
O facto de o regime reprimir, com igual empenho e eficácia, tanto a esquerda quanto os radicais islâmicos?
Não sei.
Mas parece-me uma muito boa altura para que os jornais desocultem esse tabu das chancelarias europeias.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
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