É capaz de ter piada para quem goste de cenas exóticas e de africanices. O que, por si só, é uma muito respeitável motivação para ler.
Para mim, representa um pouco mais que isso, quer em termos pessoais quer por se tratar da área em que, provavelmente, o trabalho das ciências sociais pode ter maior visibilidade e (com todas as boas vontades) maiores efeitos perversos e negativos em Moçambique.
Falo de um artigo no Buala, um site que muito prezo, acerca de julgamentos de feitiçaria e de como as "pluralidades jurídicas" e as aplicações acríticas do relativismo cultural aos direitos das pessoas acabam por reforçar e legitimar as desigualdades e hegemonias locais, reproduzindo violentos mecanismos de dominação.
Tough stuff, portanto... Ouço as facas a afiarem-se.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
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5 comentários:
só agora?
as facas longas andam aí há anos
e são afiadas apesar de parecerem rombas
Freitag, Mai 27, 2011
E VIVA A PIDE-MANIFESTAÇÕES NOS COMÍCIOS DOS KACHIMBOS SÓ SE FOR A FAVOR
ISTO NÃO É O ESTADO NOVO A KANALHA SEM KACHIMBO
SÓ SE PODE MANIFESTAR NA TRASEIRA DOS AUTOCARROS
E SÓ SE ESTIVEREM VAZIOS
MANIFESTAÇÕES NOS CU MÍCIOS DOS KACHIMBOS NÃO É DEMOCRÁTICO
MAIS VALE LEVAR NO CU MÍCIO QUE ANDAR A MANIFESTAR OPINIÕES
QUE SÃO OBVIAMENTE FASCISTAS
MANIFESTAR OPINIÕES CONTRA EM COMÍCIOS PARTIDÁRIOS É SER REACCIONÁRIO
É SER ANTI-DEMOCRATA
SER CONTRA OS PARTIDOS SÓ EM LOCAIS ESCONDIDOS
reproduzindo violentos e mansos mecanismos de dominação
parece mal né
Excelente artigo! Há algum tempo que não passava por cá (se escrevesse mais amiúde...) mas hoje fui ler o artigo e achei-o incontornável para quem quer conhecer um pouco melhor a cultura africana em geral e de Moçambique em particular.
Parabéns!
(um) beijo de mulata
Ainda bem que gostou.
Quanto a escritas mais regulares por aqui, o tempo anda escasso.
Mas espero voltar a um ritmo mais regular.
Mas o relativismo cultural pode ter aplicações que não sejam acríticas?
Porque é que a consideração da diversidade tem de implicar relativismo?
Pode, sem dúvida.
E a sua mera e global negação não tem conduzido a mais do que a hierarquizações moralistas, baseadas em preconceitos de senso comum.
Claro que considerar a diversidade, nessa formulação geral, não tem que implicar nem relativismo nem nenhuma outra coisa; considerá-la dentro do tipo de critérios científicos, éticos e políticos que me parecem aceitáveis, já implica.
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