sexta-feira, 24 de julho de 2009

Esquerdas, eleições e vinhos monocasta - II

Acerca do tema deste post, fiquei agora a perceber melhor algumas coisas.
Sem, com isso, ficar menos surpreendido.

7 comentários:

Anónimo disse...

Se calhar, a sua subtileza no post anterior era exagerada, não acha?

Anónimo disse...

Ah pois é! Não há ponto sem nó... Nem tomadas de posição tão veementes e inesperadas sem poder no horizonte!Temos pena... resta-nos dissecá-los. LOL
V. Azevedo

Anónimo disse...

Bom, 'dissecá-los' não no sentido de os esquartejar ou coisa que o valha...(às vezes as palavras são 'lixadas')...Vá lá, analisá-los será talvez mais apropriado.
V. Azevedo

(Paulo Granjo) disse...

Não me parece, nem pela pessoa nem pelo assunto em causa, que o móbil seja poder pessoal.
E continuará a não me parecer, mesmo na remota hipótese (mas, depois desta surpresa, possível) de, após eleições que o PS ganhe, surgir uma nova secretaria-de-estado para questões de equidade de género e orientação sexual...

Parece-me uma troca de interesses em que o MVA esperará assegurar, com a sua presença (e disso terá recebido certamente garantias) o agendamento do casamento entre pessoas do mesmo sexo (que o PS/Sócrates prometera e bloqueou nesta legislatura), enquanto o PS, à rasca com os resultados das europeias, espera capitalizar a sua presença com votos retirados à sua esquerda.

Embora, tanto quanto sei, o casamento nem fosse, até há pouco, uma das principais bandeiras do MVA enquanto activista LGBT, até compreendo este seu surpreendente volte-face, numa lógica de "política monocasta".

Não imaginava é que a sua visão política, de intervenção social, ou mesmo de sociedade se esgotasse dentro das fronteiras LGBT. Como se as pessoas que se reconheçam em cada uma dessas letras se esgotassem, de forma essencialista, na sua preferência sexual e não sofressem, como todos os restantes, com as políticas governativas gerais ou sectoriais.

Claro que, entretanto, a sua súbita declaração deste PS como suprassumo da modernidade e cosmopolitismo não pode ser levada a sério - nem no confronto com a realidade, nem no confronto com as críticas que o MVA até há pouco lhe endereçou.
Tratar-se-á, quanto a isso, de mera desonestidade intelectual - ou, se quisermos, da adopção do pior da atitude e discurso político imediatista.

Mais importante, no entanto, é que creio existir, de facto, muito a "dissecar" a um outro nível:

Há mais de uma década que anda meio mundo a embandeirar em arco com a visão de que a dinâmica alternativa de esquerda ao modelo actual de sociedade é a mera soma (e convergências tácticas casuísticas) dos vários movimentos sociais.
Como se uma soma de partes fizesse um todo e como se da coexistência de diferentes dinâmicas "monocasta" surgisse a alternativa que tão pouco clara parece ser nos dias que correm.

Este caso, protagonizado por uma personalidade insuspeita de se "vender" por vantagens pessoais, mostra que é necessário equacionar e questionar essa perspectiva.
Tentarei fazê-lo em post, quando possível.

Anónimo disse...

Com todo o respeito que tenho por MVA e pelo activismo que tem desenvolvido, a questão é precisamente a apropriação da monocasta LGBT para legitimar políticas de esquerda num PS que se apresenta como 'moderno' e 'progressita'. O facto de MVA ter embarcado nessa produção vinícula deixou-me surpresa...ingenuidade, talvez!
V.A.

Anónimo disse...

"Progressista" e "vinícola" , Bolas!
Apague lá isso...sim?
V.A.

(Paulo Granjo) disse...

Vera:

A minha incompetência estrutural para censor faz, entre outras coisas, com que não saiba como é que se apaga um comentário no blog...

Se a questão é importante para si, tem que me ensinar a fazê-lo.