sexta-feira, 30 de março de 2012

Uma conferência a não perder






Painel 1: 10h30-12h30 CONSEQUÊNCIAS DE UM ANO DE INTERVENÇÃO DA TROIKA

- Carvalho da Silva (coordenador Centro de Estudos Sociais em Lisboa)

- Eduardo Paz Ferreira (professor de Direito)

- Ricardo Paes Mamede (economista - ISCTE-IUL)

- Sara Rocha (economista - ATTAC Portugal)



Painel 2: 14h30-16h30 ALTERNATIVAS ECONÓMICAS

- Álvaro Rodríguez (ATTAC Espanha)

- José Castro Caldas (economista - Universidade de Coimbra)

- Jorge Bateira (economista - Blogue Ladrões de Bicicletas)

- Guilherme Statter (sociólogo)



Painel 3: 17h00-19h00 CONSTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS POLÍTICAS

- José Gusmão (dirigente do Bloco de Esquerda)

- Pedro Nuno Santos (deputado do Partido Socialista)

- Paula Gil (fundadora do Movimento 12 de Março)

- Vítor Dias (blogue O Tempo das Cerejas)



23h00 FESTA N'A BARRACA



Morada: Largo de Santos, 2, 1200-808 Lisboa

Metro: Cais do Sodré

Comboio: Estação de Santos

Autocarro: 6, 727, 60, 104, E15, E28, E25

domingo, 25 de março de 2012

Rai's partam mais esta!



Antonio Tabucchi, 1943/2012.


Raios partam, mesmo...

Precisões retóricas


Pela voz de uma personagem de meia-maratonista, a Ana Bola acaba de criar, no "Estado de Graça", a frase-mestra para o governo e para quem mais, à direita ou à esquerda, a carapuça sirva: «Eu não estou perdido. Eu não sei é onde é que estou.»

Não, não é piada nem montagem

É mesmo um genuíno aborto intelectual e político, ontem afixado no Facebook pela organização juvenil que leva o nome de Social-Democrata.

O que me leva a convidar-vos a (re)lerem este post, acerca de "direitos adquiridos".

E me suscita uma consternação:
A julgar por um par de reuniões institucionais que então tive com ele, Pedro Passos Coelho era, quando presidente da JSD, um homem genuinamente democrata e preocupado com questões de direitos e justiça social.
Enquanto primeiro-ministro, deu no que se vê.
Se estes meninos e meninas já começam assim, em que é que irão dar?


post scriptum: passando da constatação da obscena bimbalhice neo-cavaquista (empreendedorizem BPNs piquenos, empreendedorizem BPNs...) a algo mais geral, aqui deixo uma frase oportuna que acabei de ler.

«Está na natureza de todas as estruturas de poder, armado ou não, apresentar as mudanças, por muito contraditórias ou cruéis que elas sejam, como um progresso necessário para atingir a luz.» (Christopher Hope, in A Montanha de Kruger)

sábado, 24 de março de 2012

A Greve Geral nunca existiu


É isso que se conclui da 1ª página do semanário Expresso de hoje, publicado dois dias depois da dita cuja.





post scriptum: na verdade, embora nunca fale da greve, o Expresso publica na p. 10 fotos da polícia, que supostamente provam o arremesso de guarda-sois e embalagens de guardanapos das esplanadas, «antes da carga do Corpo de Intervenção».

No seu afã de informarem, esquecem-se de esclarecer que (conforme os videos divulgados atestam e diversos depoimentos que recolhi confirmam) houve duas cargas policiais sucessivas:

Uma de pessoas com a farda habitual da PSP e coletes reflectores, quando as esplanadas estavam ainda cheias de turistas. É esta que faz feridos visíveis e também ataca os foto-jornalistas. É em reacção a ela que se darão os acontecimentos a que se referem as fotos da polícia prestimosamente publicadas pelo Expresso.

E uma segunda do Corpo de Intervenção, quando o grosso dos manifestantes que são visíveis já fugiram para o Largo de Camões.

Pormenores...

sexta-feira, 23 de março de 2012

Como ontem evitei levar um enxerto de porrada de um amigo de longa data





Quando ontem cheguei ao Rossio, atrasado pelo almoço familiar que se atrasou pelo meu atraso num piquete de greve, o desfile já tinha começado a andar.
No final, esperando para seguir, estavam uns panos sobre precariedade, que vim bem mais tarde a saber pertencerem aos Precários Inflexíveis.
Precário que sou (embora a prazo relativamente longo, pelo menos até ver), passou-me pela cabeça e pela fala arrastar a família até ali. Mas, como nenhum de nós gosta de fechar manifs, depressa decidimos ir andando ao nosso ritmo, atravessando os vários grupos que fossemos encontrando ao longo do habitual pára-arranca manifestacional.

O primeiro desses grupos estava todo com coletes da greve, e comecei logo ali a partilhar cumprimentos com pessoal conhecido, incluindo um abraço mais efusivo a um amigo de longa data, a quem muitas cumplicidades me unem. Um daqueles tipos franzinos e entradotes, mas que gostamos de ter ao nosso lado se nos virmos em apuros.

Muito percurso e cumprimentos depois, lá entrámos no largo da Assembleia, já na cabeça da manif.
Cansados, fomos beber um cafézinho (actividade discutível em dia de greve, bem sei...) para criarmos a sensação de recuperarmos forças.

De regresso à molhada, vimos que houvera um sururu, já acalmado.
Segundo a irónica resposta de um colega a quem perguntei o que se passara, tinham sido «divergências ideológicas, os trolhas a dar porrada nos artistas». Outro, já num registo sarcástico, acrescentou que era «a luta de classes».

Percebi, por fim, que o simpático grupo onde se encontrava aquele amigo de longa data, ao lado de quem estarei no primeiro aperto que nos aperte - e que eram, afinal, parte da segurança oficiosa do acontecimento - tinha agredido pessoal do grupo que, integrado na manif, os seguia desde o Rossio, para que os seus panos não entrassem no largo.

Fiquei a saber que, caso eu e a minha família não tivéssemos preferido ir noutro sítio que não a cauda da manif, podia bem ter levado um enxerto de porrada do meu velho amigo. Ou não o ter levado, simples e exclusivamente, por sermos amigos desde há muito.

Há qualquer coisa que não bate certo nesta história, não é?
E não me parece que o que não bate certo seja eu.

José Goulão, da LUSA, ontem no Chiado

Mais um perigoso inimigo interno, que se passeava armado com uma máquina fotográfica profissional!
Terríveis e assustadoras coisas, a democracia e a liberdade de informação...

A PSP continua a fazer a notícia, em dias de Greve Geral - 1




(foto Hugo Correia, Reuters)


Ao que tudo indica, a brutal e repetida agressão policial à foto-jornalista Patrícia Melo Moreira, cuja imagem já correu mundo, não foi um aleatório resultado de uma situação de confusão.


Foi deliberada e direccionada, conforme se verifica neste video, em que se vê o agente em causa dar três súbitos passos em direcção a ela, agredi-la com o bastão e recuar - antes de, segundo declarações da própria às televisões, lhe voltar a bater várias vezes quando se tentou levantar do chão.


E ocorreu imediatamente depois de ela tirar esta foto:



(foto Patrícia Melo Moreira, AFP)


Toda a carga policial parece ter sido ilegítima (e, consequentemente, um ilegal abuso de poder, mesmo em relação às normas de actuação das forças policiais, em ocasiões similares), já que não basta para tal o arremesso de ovos a bancos ou algum insulto à mãezinha deste ou daquele agente, que não há testemunho de qualquer arremesso de objectos às forças policiais antes de ela ocorrer e que, conforme as fotos publicadas pelo El País mostram, as esplanadas estão intactas - e até com turistas, que levantam as mãos como num filme do far west.


No entanto, a agressão brutal, repetida, deliberada e direccionada a uma jornalista enquanto fotografa a actuação policial é de um tipo de gravidade ainda mais sério.


Entre isso e um soldado que dispara sobre um jornalista que cobre a sua actuação em teatro de guerra, a diferença está na arma de que dispõe e nos danos que esta é capaz de causar; não na motivação e intenção do acto.


Que sejam tiradas desse facto as necessárias consequências. Criminais e quanto à selecção, formação, direcção no terreno e orientação política da actuação de tais forças policiais.


E que, enquanto cidadãos, não deixemos que tal não aconteça.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Todo um programa...



A tão propalada competitividade das empresas portuguesas (das que produzem alguma coisa, entenda-se) é sobretudo prejudicada por 3 factores modificáveis a nível local:


Por um lado, pela organização de trabalho e qualidade de gestão, já que somos daqueles que trabalham mais horas e dias na União Europeia, sendo a produtividade relativamente baixa.


Por outro, e excepto nalgumas áreas, pelos produtos oferecidos e sua rápida adaptação às expectativas dos consumidores. Afinal, se pomos a potencial mão-de-obra mais qualificada a vegetar precariamente em call centers, ou a mandamos emigrar, também não se fazem omoletes sem ovos...


Por fim, pelo custo elevado de diversos factores de produção, entre os quais não se inclui o trabalho - comparativamente barato, tal como aliás as contribuições patronais para a segurança social. Mas onde se inclui, de forma relevante para qualquer actividade económica e fulcral para muitas delas, a energia.


Energia que, claro está, também é essencial para cada um de nós e cuja necessidade e preço ainda se tornam mais importantes nestes tempos de alterações climáticas, marcados por frios mais frios e por calores mais quentes.


Se os exagerados preços energéticos pesam sobre as empresas portuguesas e a sua competitividade, pesam também (e muito, como bem sabemos ao olhar para a factura) nos nossos orçamentos domésticos, no nosso bem estar e, em última instância, na nossa saúde.


Justificar-se-ia, aliás, estudar urgentemente em que medida o incrível aumento de mortalidade neste inverno, em comparação com os anteriores, se deve não apenas ao impacto das políticas de austeridade sobre a quantidade e qualidade do consumo alimentar, mas também ao prosaico facto de que muito gente não tem condições para pagar o aquecimento de que necessitaria, num país em que as casas não estão preparadas para o frio.


A lógica e a experiência sugerem que a ligação entre esses factores e a mortalidade deverá ser muito directa. Perante ela, falar do aumento das gripes letais nestes meses que passaram equivale a dizer (e, em sentido estrito é verdade) que ninguém morre de SIDA; morre-se é de doenças a que o SIDA fornece as condições para se tornarem mortais.


Neste quadro, é relevante que o falatório se concentre nos subsídios às energias renováveis e não no facto de esses subsídios "estatais" serem pagos pelos consumidores, de eles serem estrategicamente importantes e mais ajustados do que outros concedidos a tecnologias poluidoras, ou de os preços da própria energia serem já exageradamente altos, e agora agravados por uma tributação de IVA inconcebível num produto económica e socialmente essencial.


Mas que, também neste quadro, um secretário-de-estado da energia se demita depois de considerar os preços da energia "exageradamente altos" e tentar intervir a esse nível, sendo de imediato substituído pelo senhor que (na presidência da instituição respectiva) dava o aval a esses preços, é todo um programa.


Todo um programa político, económico e social. Mas também de saúde pública.

Cada um se orgulha daquilo que a sua cabecinha permite...



A câmara municipal Santa Comba Dão vai registar a marca "Salazar", para aumentar as vendas de "produtos da terra". Desde já, um vinho chamado "Memorias de Salazar". Indigesto e venenoso, adivinha-se.

terça-feira, 13 de março de 2012

Porque é que Deus nunca passou de um cientista com contrato precário



(esta foi roubada da internet e ligeiramente adaptada à realidade portuguesa)

1. Só produziu uma obra relevante
2. Não tinha referências
3. Não publicou em revistas ISI
4. Alguns até duvidam que fosse ele próprio quem escreveu
5. Pode ser que tenha criado o mundo, mas o que é que ele fez desde então?
6. A comunidade científica teve grandes dificuldades em replicar os seus resultados
7. Nunca pediu autorização à Comissão de Ética para fazer experiências com humanos
8. Quando uma das experiências deu para o torto, tentou esconder o facto, afogando os objectos de estudo
9. Quando os objectos de estudo não tiveram o comportamento previsto, eliminou-os da amostra
10. Raramente apareceu nas aulas; limitou-se a mandar os estudantes lerem o livro
11. Alguns dizem que chegou a mandar o filho ensinar os alunos
12. Expulsou os seus dois primeiros alunos, por terem aprendido
13. Embora só exitissem 10 exigências, quase todos os alunos chumbaram no seu teste
14. Era raro aparecer no trabalho, e normalmente só no cimo de uma montanha
15. Não há registo de se dar bem a trabalhar com colegas

Consta que protestou um concurso, alegando que os membros do júri nunca haviam cumprido várias das exigências que lhe faziam.
Ter-lhe-á sido respondido que muitos dos que fizeram aquilo que ele não tinha feito (e que não fizeram aquilo de que ele era acusado) também tinham dado com os burros na água. E que, de qualquer forma, as decisões divinas não são para questionar.

Perguntas desarmantes




«E quando a bateria está cheia, fica mais pesada?»

segunda-feira, 12 de março de 2012

Até dia 22...



Quando vi este video da Marta, apeteceu-me dizer que gosto de misturas.
O que seria uma asneira, claro está, já que trabalhadores (e/ou desempregados, precários crónicos, ou reformados) em acção não são "mistura" por pertencerem a sindicatos de centrais diferentes, ou por não pertencerem a nenhum.

domingo, 11 de março de 2012

escritos de João Nobre

Procurando lidar com o impacto emocional do falecimento de João Nobre, busquei esta manhã textos seus disponíveis na net. São menos do que aqueles que conheço, mas suponho que, mesmo assim, vos interessarão.

Deixo-vos, então, um estudo acerca de notícias sobre HIV/SIDA na imprensa moçambicana, realizado para a UNICEF, e cinco recensões de livros:

- de Entre o Mar e a Terra: situações identitárias no norte de Moçambique, de Rafael da Conceição

- de Lobolo em Maputo: um velho idioma para novas vivências conjugais, deste vosso amigo

- de Machel: ícone da 1ª República?, de Severino Ngoenha

- de A Invenção da Cultura, de Roy Wagner

- de Denying AIDS: compiracy theories, pseudoscience, and human tragedy, de Seth Kalichman

Não dá para o ficar a conhecer, mas dá para quem o conheceu recordar. E vale bem a leitura.

sábado, 10 de março de 2012

"Darwinismo" social II

O interessante e plural debate ocorrido ontem, durante o lançamento do novo formato e arranjo gráfico do Le Monde Diplomatique (a propósito: ficou com muito melhor leitura, para além de o conteúdo deste número ser excelente), trouxe-me à memória uma aula recente, sobre a moralidade do capitalismo oitocentista.

Herbert Spencer, inventor da expressão «a sobrevivência do mais apto» e percursor da sociologia, explicava perante plateias de milionários embevecidos que os ricos são inocentes beneficiários da sua superioridade. O rico é rico em virtude da sua aptidão perante as "dificuldades de viver" que todos os seres humanos e animais enfrentam, da mesma forma que o pobre o é em resultado da sua inaptidão e inferioridade.
Dessa forma, a assimetria e concentração de riqueza é (para além de esse processo natural) simultaneamente a justa recompensa da aptidão, o estímulo para que os mais aptos apliquem as suas capacidades, e um instrumento para o aperfeiçoamento da espécie humana - já que os melhores têm melhores condições de alimentação, saúde, alojamento e educação, permitindo-lhes viver mais do que os incapazes e tornar os seus filhos mais aptos.
Interferências estatais sobre a acumulação e distribuição da riqueza são, assim, contraproducentes para a sociedade e a evolução humana.
Mas quer isto também dizer, lembrava o sisudo cavalheiro, que quaisquer mecanismos e acções de apoio aos pobres são negativos para a espécie humana, já que lhes permitem sobreviver e reproduzirem-se, com isso atrasando a extinção dos incapazes e menos aptos.
Por fim, é fulcral que, independentemente dos devaneios democraticistas, os mais ricos dominem o poder efectivo, pois sem eles ou contra eles, os mais aptos, capazes e competentes, será o descalabro para a humanidade.

O seu menos conspícuo pupilo William Summer viria depois a acrescentar mais umas pérolas de sabedoria a este chorrilho de sensatos argumentos.
Acrescentava ele que, afinal, este processo também pode salvar o pobre do extermínio, pois só a luta pela sobrevivência o pode fazer trabalhar, contra todas as suas «inclinações naturais».
Preguiçoso e incapaz, só a concentração da riqueza nas mãos dos ricos é capaz de fazer o pobre labutar duramente, resultando do esforço combinado de ambos a produção e a riqueza, que ajudam mais gente a sobreviver.

Agora, substituam «ricos» por "países do centro", ou por "países do norte", "países ricos", "países orçamentalmente rigorosos" ou, se quiserem, mesmo caricaturando, por Alemanha...
E substituam «pobres» por "países da periferia", "países do sul", "países pobres", "países despesistas e irresponsáveis" ou, de novo simplificando e caricaturando, por Portugal, Grécia, ou novos candidatos a esses epítetos.

Se, em finais do século XIX, ouvíssemos pobres a aplaudir Spencer e a utilizarem, acerca de si próprios e da sua situação, os argumentos tão sábia e sensatamente expostos por ele, falaríamos, na melhor das hipóteses, de gramsciana hegemonia.
Mas, falássemos ou não disso, vir-nos-ia certamente também à boca alguma expressão menos interpretativa e mais descritiva. Como, por exemplo, «sabujo».

Mas tudo isto nos prova, ainda, que nem sempre as sequelas da história são menos trágicas do que o original, por muito que elas também possam ter laivos de involuntária comédia.

quarta-feira, 7 de março de 2012

João Nobre, 1979/2012

Acaba de me chegar a terrível notícia do falecimento do meu colega, amigo e ex-aluno João Nobre, em resultado de um baleamento há pouco mais de um mês, quando acudiu a uma familiar que estava a ser assaltada.

Muito chocante e imensamente triste para mim, tanto mais que as primeiras indicações acerca da sua recuperação do ferimento foram muito optimistas, não fazendo prever um tal desenlace.

Um homem bom, um professor e antropólogo de grande potencial e sentido crítico, que muita falta faz, não apenas à sua família e amigos, mas também ao seu país.
Esta é uma noite de imensa dor.

Bayete, João!

Como custa não te poder ter abraçado, ao longo deste malfadado mês de Fevereiro...

terça-feira, 6 de março de 2012

Uma respeitada senhora que renasce

Após uma publicação razoavelmente regular de 1980 a 2002 (e de um número temático em 2005), renasceu das cinzas a revista Estudos Moçambicanos, publicada pelo também histórico e respeitado Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane.

Soube há dias, pelo blog de Carlos Serra, que o lançamento será hoje, na Biblioteca Central da UEM.
Daqui envio os meus desejos de sucesso e de regular longevidade nesta sua segunda vida, tanto mais que é muita e interessante a pesquisa actual acerca de Moçambique, feita quer por estrangeiros quer, felizmente, por cada vez mais moçambicanos.
Dessa forma, se durante anos a Estudos Moçambicanos foi tão importante pela escassez de revistas de ciências sociais acerca de Moçambique (vejam aqui os vários números, muitos com PDFs disponíveis) , hoje volta a sê-lo pelo muito - e bom - que se escreve acerca do tema.





O cardápio deste número, para o qual tenho a honra e prazer de contribuir com um artigo sobre a adivinhação e o sistema de pensamento que lhe serve de base, é atractivo e diversificado.
Mas, sem desprimor para nenhum dos outros, permitam-me que (devido aos meus próprios interesses temáticos e à oportunidade que tive de o ler, ainda em manuscrito) destaque e aconselhe especialmente a leitura do excelente artigo «Eles fingem que nos pagam, nós fingimos que trabalhamos», de João Feijó.

Tenham boas leituras, então.

segunda-feira, 5 de março de 2012

É uma fézada...

Num rés-do-chão do meu bairro, uma micro-igreja de origem brasileira foi substituída (a julgar pelo tipo de ruído que chega à rua) por um estabelecimento clandestino de jogo da batota.

É caso para dizer que, da maneira como as coisas estão, já nem a fé num futuro menos mau vai lá com rezas...