Primeiro, foi a
Standard & Poor's a dizer que o planeado
corte de 4.000 milhões de euros nas despesas do estado constituiria uma ruptura do contrato social que, acrescida às quebras dos salários e ao aumento do desemprego e impostos, representa um elevado risco social de violência pública.
Agora, vem a
Moody's dizer que é porreiro alargar os prazos de reembolso dos empréstimos, mas que é também necessário
um corte nos juros e uma prorrogação do seu pagamento, para além de um efectivo apoio do BCE nos mercados secundários.
Até para a bandidagem especulativa se tornou claro que, para receber dinheirinho, é conveniente não matar o cliente.
Só pelas
áreas governativas se vai insistindo que fazer o país recuar 100 anos é o melhor caminho para o futuro, a trilhar com urgência, antes que se acabem as desculpas das imposições externas.
Entretanto, aguarda-se a qualquer momento uma declaração solene da
presidente do FMI, afirmando que, afinal, é eticamente inaceitável que, lá porque se empresta dinheiro, se imponha aos países como eles têm que viver e que políticas públicas têm que aplicar (para além de se ganharem umas centenas de milhares de euros para controlar se eles o estão a fazer). E também que, como uma obscenidade dessas só pode ser aceite por bananas em estado de extrema necessidade e achando que não têm outra alternativa, as imposições politico-económicas do memorando ficam sem efeito.
São de esperar violentas recções discordantes por parte de
Gaspar,
Borges, Passos Coelho e
Constâncio. Consta que
Barroso já foi avisado para dizer que sim.