quarta-feira, 27 de abril de 2011

O que a gente aprende logo de manhã...


Uma simpática psicóloga explicava na TV, hoje de manhã, as vantagens profiláticas e terapêuticas de largar uns valentes palavrões em situações de dor ou de stress.

Será que também resulta com o discurso e actos do "centrão"?

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Constatações polémicas - 3: Aniversário de pais incógnitos

É hoje o 37º aniversário da vitória dos movimentos de libertação nacional de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, nas suas guerras contra o regime colonial português.

Isto porque, é bem sabido, o objectivo de uma guerrilha não é vencer militarmente no terreno, mas levar o opositor a não ter vontade e/ou condições para continuar a combater.

As independências vieram depois, por vezes com enormes sobressaltos até lá. Mas a sua estrondosa vitória deu-se na madrugada de 24 para 25 de Abril de 1974.

Uma vitória de pais incógnitos. Por lá, porque deve ter havido quem achasse que o objectivo estratégico da sua luta armada não seria suficientemente heroico, quando vertido no discurso público. Por cá, porque reaparecem ciclicamente umas alminhas carunchosas a clamar que as guerras não estavam militarmente perdidas, como se isso fosse o relevante em guerras como aquelas.

Entretanto, combatentes dos movimentos de libertação, obrigado pela vossa contribuição para a nossa própria libertação.

Constatações polémicas - 2: Refazendo a história

Assim como assim, ainda bem que o então major Otelo Saraiva de Carvalho não “sabia o que sabe hoje”e, por isso, “fez” o 25 de Abril.

Mas, aqui entre a gente, mesmo que ele tivesse saltado fora, ou nem sequer tivesse sucumbido às insistências do Duran Clemente para ir à sua primeira reunião com o Movimento, suponho que não teria sido complicado arranjarem outro gajo qualquer para coordenar operacionalmente o golpe.

Tal como arranjaram o Otelo para substituir o Vasco Lourenço, quando este foi desterrado para os Açores…

Constatações polémicas - 1: Liberdade, coisa "natural"


«Ao contrário da maioria dos democratas da minha geração, não me desagrada que o pessoal 20 ou 30 anos mais novo se esteja nas tintas para as comemorações do 25 de Abril.
Não me desagrada, porque isso quer dizer que, para eles, a liberdade é uma coisa natural, um dado adquirido que sempre conheceram e que, por isso, nem sequer justifica celebração.

É claro que não é assim, que a liberdade só é “natural” nas abstracções de alguma filosofia política e que nunca é um dado adquirido.
É claro que a liberdade que conhecem é resultado de milénios de lutas, expressão de um equilíbrio mutável de poderes e um bem permanentemente ameaçado.

Mas estará menos apetrechado para defender a sua liberdade (e para se aperceber quando ela é posta em causa) quem a sinta como natural?
Duvido muito. Não se aperceberão de como é fácil perdê-la; mas, mais do que quem se habituou a conhecer a sua ausência, encararão essa perda como inaceitável.

A aparente indiferença dessas pessoas mais novas é, afinal, a maior das comemorações, o mais forte hino à liberdade – e, saibam-no elas ou não, àqueles que contribuíram para que ela se tornasse normal.»

Maputo, 25 de Abril de 2008




Será que isso não terá alguma coisa a ver com um certo e mais recente dia 12 de Março?

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Citações de café (32)




O "café da esquina", hoje, é tão imaterial como a circulação de e-mails.

E traz-nos o previsível discurso eleitoral do centrão, nos meses que se avizinham.


A sua construção é simples.

A descodificação, dizem-nos, também: basta ler desde a última linha até à primeira.


«O nosso partido cumpre o que promete.

Só os tolos podem crer que

não lutaremos contra a corrupção.

Porque, se há algo certo para nós, é que

a honestidade e a transparência são fundamentais.

para alcançar os nossos ideais

Mostraremos que é uma grande estupidez crer que

as máfias continuarão no governo, como sempre.

Asseguramos sem dúvida que

a justiça social será o alvo da nossa acção.

Apesar disso, há idiotas que imaginam que

se possa governar com as manchas da velha política.

Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que

se termine com os marajás e as negociatas.

Não permitiremos de nenhum modo que

as nossas crianças morram de fome.

Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que

os recursos económicos do país se esgotem.

Exerceremos o poder até que

Compreendam que

Somos a nova política.»


Mas, nestes tempos em que só apetecem coisas como esta ou puxar pela memória, em busca de todos os impropérios tão esquecidos que pareçam novos, aqui deixo uma outra coisa: um singelo cartoon da Gui.


domingo, 3 de abril de 2011

Japão no seu melhor

Esta auto-estrada, destruída no terramoto de dia 11, foi reparada em 6 dias.
(obrigado pela foto e informação, Último Nan Ban Jin)

Manif em Luanda, desta vez autorizada


Depois de há uns tempos ter sido reprimida antes de acontecer (fazendo com que, agora, só os mais corajosos dos mais corajosos se tenham atrevido a aparecer), lá foi ontem autorizada em Luanda uma manifestação de jovens "pela liberdade de expressão".


Os números de participantes variam, consoante as fontes, entre 50 e 300.


Mas não é isso o mais importante. O mais importante é terem lá estado aqueles que estiveram, dizendo que "Exercer cidadania não é crime".


Porque, como dizia o Steve Biko (re-inventando o velho Gramsci), "A arma mais poderosa nas mãos do opressor é a mente dos oprimidos".