sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Maningue trabalho, cansado que nem um cão

Pois é, people...

Com artigos prometidos, seminários, aulas e preparação de conferências e projectos (e o cansaço que vem disso tudo), não tenho conseguido dar-vos atenção.

Espero poder voltar em breve à regularidade do costume.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Salvem os ricos

Não percam esta nova canção de solidariedade natalícia!

(made in Contemporâneos)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Guantanamera

O governo português declarou-se disposto a receber detidos de Guantanamo, a fim de «ajudar o governo dos EUA a resolver o problema», que é «complexo do ponto de vista jurídico».

É complexo, é. E parece que a principal complexidade é ser impossível ter os homens presos em território dos EUA, por a sua detenção contrariar a lei do país.
Do que se sabe, contraria também a lei de quase todos os países europeus, incluindo de Portugal.

Portanto, esta oferta de ajuda é como quem dissesse: podem fechar a prisão, que está a dar um granel enorme e, como não podem pregar com eles no vosso país, usem o nosso; a gente faz as ilegalidades por vocês e em vosso nome.

Confesso que é das coisas mais indignas que já ouvi um governante do meu país dizer.

(Para além de irresponsável, ao transformar-nos em alvo prioritário. Mas essa opção política ainda é discutível; o que o delfim de Jaime Gama disse, não é.)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

domingo, 7 de dezembro de 2008

Guiness, 19??-200?

O Guiness era um rafeiro vagamente parecido com um labrador.
Chegava cada dia ao café, na Place Jourdain, Bruxelas, acompanhando um velho reformado.
Deitava-se por baixo da mesa e o dono servia-lhe uma malga de Guiness, que ele lambia até à última gota.
Caía num sono profundo, de que acordava horas depois. Para pedir mais cerveja.
Ao fim do dia, voltavam os dois para casa.

Ouvi dizer que o Guiness já morreu há uns anos.
De cirrose.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Desgraça continua no Zimbabwe

O regime zimbabuéano continua em guerra com o seu povo, sem solução à vista.

Agora, foi raptada e presa (ou "desaparecida") a activista de direitos humanos Jestina Mukoko, no mesmo dia em que foram detidos mais de 70 sindicalistas, um pouco por todo o território.
A julgar por precedentes recentes, não é de excluir que o seu cadáver venha a aparecer dentro de dias. Entretanto, os juízes do Supremo Tribunal recusaram-se a tocar no assunto, por ser "demasiado quente".

Na África do Sul, o bispo (e prémio Nobel da paz) Desmond Tutu apelou à remoção à força de Mugabe e ao seu julgamento pelo Tribunal de Haia.

(cartoon de Zapiro)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Mãos limpas, please

Estou varado pelo telejornal da TVI.

Na novela BPN/Dias Loureiro (PSD), aldrabices que saltam à vista acerca da duração do seu envolvimento.

Na solução para as minas de Aljustrel, uma jogada pouco clara em perspectiva, mas passando pela empresa que Jorge Coelho (PS) agora administra.

Coelho e Loureiro, figuras gémeas dos aparelhos de partidos diferentes, que surgem juntos em mais uma canalhice financeira, lesando directamente o Estado.

Cereja no bolo, o SIRESP (um sistema integrado de comunicações em caso de emergência, coisa irrelevante, portanto) adjudicado à Sociedade Lusa de Negócios (dona do BPN) por 500 milhões de euros, 6 vezes o valor de um estudo anterior desaparecido nas gavetas ministeriais, pelo ministro de um governo demitido, ex e futuro administrador de empresas da tal Sociedade. Sistema que, entretanto, o recente exercício de simulacro de sismo demonstrou não funcionar.

«Mãos Limpas», please!
E, para esta gente, a justiça poética do cartoon de Franquin (clique para aumentar).

É lançado hoje


É hoje lançado em Maputo, às 17 horas e nas instalações do Sindicato dos Jornalistas, Avenida 24 de Julho, o livro Linchamentos em Moçambique I (uma desordem que apela à ordem), dirigido pelo sociólogo e blogger moçambicano Carlos Serra e para o qual tive a honra de contribuir com este artigo.

Desejos de um bom lançamento e de boas leituras e reflexões.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Terrorismo de Estado


Afinal, não são apenas uns paranoicos libertários a preocupar-se com os assaltos estatais que têm vindo a ser feitos aos direitos dos cidadãos, ao abrigo da luta antiterrorista.


A coberto de nos protegerem, é de um importante retrocesso civilizacional que se trata.
Com a agravante de que é muito fácil naturalizarmos as restrições aos nossos direitos, tal como hoje achamos "natural" o passaporte (invenção recente) ou o bombardeamento de populações civis (que chocou o mundo em Guernica, pouco antes de se generalizar de forma "natural", na II Guerra Mundial).
Mais fácil, ainda, em países cujos cidadãos ainda se encontram mentalmente marcados por décadas passadas de submissão ao autoritarismo.

Mas já dizia o Benjamim Franklin, mais coisa menos coisa, que quem está disposto a abdicar de parte da sua liberdade para reforçar a sua segurança não merece nenhuma delas.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Vá a Veneza, enquanto existe

Veneza irá estar nos próximos dias com zonas submersas, devido a uma subida do mar 1,6 metros acima do habitual.

Por enquanto, é uma coisa passageira e devida à direcção dos ventos e às fortes chuvas sentidas no norte de Itália.
Nalgumas décadas, esta cidade lindíssima irá desaparecer (ou ficar rodeada de diques e muralhas, tornando-a um fóssil daquilo que hoje é), devido às subidas do nível do mar, à erosão costeira e às mudança dos regimes das chuvas que, sem alardes mas depressa, irão resultar das alterações climáticas decorrentes do efeito de estufa.

Suponho que os leitores não deixarão, por causa disso, de levar o carro para todo o lado e de consumir quantidades astronómicas de energia obtida à custa da emissão de carbono.
Mas, sendo assim, já agora vão a Veneza. Enquanto existe.