quinta-feira, 12 de julho de 2012

Nem para eles são bons...


É curioso que nem os agentes deste tipo de forças policiais nem os paranoicos securitários do "inimigo interno" que neles mandam, directa ou indirectamente (na Espanha e aqui), se lembrem de que tais excessos de força contra quem protesta acabarão por levar, num qualquer futuro próximo, a que sejam ceifados a tiro de caçadeira por pais de família arruinados, revoltados e desesperados, quando se prepararem para, uma vez mais, brincarem aos pauzinhos de amolgar ideologias e às balas de borracha...

sábado, 7 de julho de 2012

Equidade e iniquidades - 1


Sempre que começo a escrever sobre o caso Relvas/Lusófona, só me saem coisas impublicáveis.
Seja pelo enorme insulto que constitui para alunos, professores e cidadãos em geral, seja porque vários fios que permitem compreender a teia de aranha em questão exigiriam mais provas do que o conhecimento pessoal, para que pudessem ser escritas sem ameaças (e despesas) de processos.

Mas uma coisa sinto necessidade de dizer:
A nenhum dos alunos do único curso de antropologia que por lá foi leccionado a licenciatura saiu na Farinha Amparo.
Todos trabalharam no duro e, pelo menos nas cadeiras de Antropologia Económica, de Antropologia do Simbólico, de Teorias Antropológicas e de Antropologia da Educação (que leccionei), as notas que alcançaram foram plenamente merecidas, perante programas tão ou mais exigentes do que os seus congéneres noutras universidades.


Por outro lado, este caso rouba-me a possibilidade de continuar a utilizar a frase paternalista que, na FCSH, me permite responder de forma mais ou menos simpática àqueles alunos sornas que não foram às aulas nem estudaram nada (e que tiveram um 8 por favor, para irem a exame), quando eles pedem pelas alminhas um 10, que consideram um direito e um serviço público .
Tenho vindo a dizer, nessas ocasiões, «Dar-lhe um 10 seria o piorzinho que eu lhe podia fazer. Quem é que quer alguém que faz cadeiras troncais de um curso com 10? Seria escrever no seu certificado de habilitações que você é incompetente. Mais vale estudar alguma coisa no ano que vem.»
Já não lhes posso dizer isso, sem pelo menos lhes perguntar se estão seguindo a trilha dos Juliens Sorrel de O Rosa e O Laranja. Pois, nesse caso, esse 10 pode vir a equivaler a uma licenciatura quase completa, e eu é que passo por parvo...
Lá terei, então, que adoptar um mais trivial «se quer um 10, estude um mínimo dos mínimos para merecer passar, mesmo que com a mais medíocre das notas!»