Tradução de artigo publicado em Etnográfica, XI, 1 (2007)
Embora seja habitual assumir que os sistemas de interpretação do infortúnio desenvolvidos na África austral são deterministas, a noção de caos determinístico parece ser mais adequada para compreender os princípios subjacentes à adivinhação moçambicana através do tinhlolo. Esse sistema é baseado numa estrutura determinista, pretende explicar e regular a incerteza, mas o seu output é caótico devido à complexidade dos factores envolvidos, incognoscíveis na sua totalidade e caracterizados por agência. Entendê-lo como um sistema de domesticação do aleatório legitima novos campos comparativos de âmbito mundial (incluindo com a noção probabilística de "risco") e altera o foco do estudo de fenómenos de tipo Ngoma, dos seus mecanismos de reprodução enquanto cultos de aflição para as lógicas e visões do mundo que lhes estão subjacentes.
Leia «Determinismo e Caos, segundo a adivinhação Moçambicana»
Read orginal english version: «Determination ans chaos, according to Mozambican divination»
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