Alberto João Jardim não pára de me surpreender.
Deu para quase nos habituarmos ao comportamento bronco, agressivo, aldrabão e demagógico, de godfather e tiranete. Mas de pouco perspicaz (ou politicamente criativo) o homem não tem nada.
O aparente absurdo de se demitir "em protesto" e recandidatar, por indigno que seja e ridículo que soe, é um golpe de mestre.
Agora é a última altura em que, no quadro financeiro criado, AJJ ganhará eleições - e estou quase certo de que as ganhará, sem que o discurso histérico do "ataque à Madeira" precise, sequer, de ser decisivo.
No termo normal do mandato, as bases do seu poder (a "obra" sem olhar a meios, que alguém há de pagar, a distribuição de benesses, a punição financeira, profissional e social de todos os vagamente insubmissos) estariam destruídas. Seria a derrota por apodrecimento natural, com pequenas e grandes traições à mistura.
Assim, serão mais 4 anos. Mais alguns de poder e, entretanto, a possibilidade de "fazer a agulha" para fundos estruturais de hiper-periferia e a hipótese de que a situação se altere a nível nacional.
AJJ não está a fazer teatro. Está a jogar a sua sobrevivência da forma mais eficiente que consigo imaginar.
Ferido de morte, golpeado onde há muito se sabia estar o ponto fraco do seu pedestal, ainda esperneia.
Espero sinceramente que seja, já, o abanar do decepado rabo do lagarto.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007
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