sábado, 22 de dezembro de 2007

Não estamos sós

Haverá quem diga que é por ser África.
Mas, mesmo passando ao lado do facto de essa vaga ideia de "África" corresponder a uma realidade enorme e mais diversificada do que a Europa, creio que poderia acontecer em qualquer cidade onde, no meio dos prédios, reste algum terreno vago e vegetado. Nem sequer baldio (que aqui não é, mas de culturas); apenas vago.
Chegada a noite, chega também uma vozearia de grilos, cigarras e sapos que, junto com outras bichezas mais discretas, não há como ignorar.
Fumando o cigarrinho na varanda das traseiras, não é sequer um pensamento. É uma evidência tão natural que apenas é capaz de surpreender um pouco, por contraste, quando nos lembramos dos nossos velhos hábitos de bichos urbanos: Não estamos, de todo, sós.

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