Nas eleições que o PCI quase ganhou, uma colega minha, jovem na altura, não pretendia votar.
O seu pai chamou-a solenemente à sala de visitas da casa, que só se abria nas grandes ocasiões e disse-lhe:
- Parece que a senhora não vai votar. Porquê?
Ouvidas as cépticas razões da minha colega, respondeu.
- Como sabes, o teu tio, meu irmão, foi partizano e morreu para que pudéssemos votar. Numas eleições tão importantes, tu não vais votar?
Lembrei-me desta história, ao ver este video.
É de um apoiante do candidato presidencial norte-americano Obama, que calhara ser entrevistado na rua por um repórter televisivo que, esperando encontrar um vazio abanador de bandeirinhas, "levou um baile" (aqui).
Com o impacto que a entrevista teve, o homem gravou este novo vídeo, agora em casa, para explicar mais algumas coisas acerca do seu apoio ao candidato e da importância que atribui à participação política.
É um imigrante liberiano entretanto naturalizado norte-americano, que eloquentemente explica porque é que, para alguém que antes não teve essa oportunidade, é tão importante essa coisa de votar em eleições livres, debater livremente e ser interventivo. Essa mesma coisa que é tão facilmente desprezada por quem está habituado a tê-la de mão beijada.
Aprendi há vários anos, em Moçambique, como a paz pode ser valiosa para as pessoas, mesmo quando a vida corre mal e as perspectivas de melhoria não parecem ser muitas.
Gostei de ser, agora, lembrado do enorme valor da liberdade e da democracia, que já me habituei a ter como certas.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
O valor da democracia
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