sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Mãos limpas, please

Estou varado pelo telejornal da TVI.

Na novela BPN/Dias Loureiro (PSD), aldrabices que saltam à vista acerca da duração do seu envolvimento.

Na solução para as minas de Aljustrel, uma jogada pouco clara em perspectiva, mas passando pela empresa que Jorge Coelho (PS) agora administra.

Coelho e Loureiro, figuras gémeas dos aparelhos de partidos diferentes, que surgem juntos em mais uma canalhice financeira, lesando directamente o Estado.

Cereja no bolo, o SIRESP (um sistema integrado de comunicações em caso de emergência, coisa irrelevante, portanto) adjudicado à Sociedade Lusa de Negócios (dona do BPN) por 500 milhões de euros, 6 vezes o valor de um estudo anterior desaparecido nas gavetas ministeriais, pelo ministro de um governo demitido, ex e futuro administrador de empresas da tal Sociedade. Sistema que, entretanto, o recente exercício de simulacro de sismo demonstrou não funcionar.

«Mãos Limpas», please!
E, para esta gente, a justiça poética do cartoon de Franquin (clique para aumentar).

9 comentários:

Anónimo disse...

Adicione-se o narrado pela revista "VISÂO" de ontem e pergunte-se: afinal, os meus impostos servem o País ou servem quem diz servir o País (ainda por cima, com sacrifícios enormes...)?...

Anónimo disse...

Nº de Matrícula/NIPC: 507002563 Firma: SPPM - SOCIEDADE PORTUGUESA DE PINTURA E MÓDULOS PARA A INDUSTRIA AUTOMÓVEL S.A. Natureza Jurídica: SOCIEDADE ANóNIMA Sede: PARQUE INDUSTRIAL AUTOEUROPA,QUINTA DA MARQUESA Distrito: Setúbal Concelho: Palmela Freguesia: Quinta do Anjo 2950 PALMELA Matriculada na: Conservatória do Registo Comercial de Palmela pela Apresentação AP. 2/20081119, referente ao averbamento 2 à inscrição 5, foi efectuado o seguinte acto de registo: Av. 2 - AP. 2/20081119 2:46:33 UTC - CESSAÇÃO DE FUNÇÕES DE MEMBRO(S) DO(S) ORGÃO(S) SOCIAL(AIS)(ONLINE) CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: Nome/Firma: Manuel Joaquim Dias Loureiro NIF/NIPC: 138885885 Cargo: Presidente Residência/Sede: Rua Serpa Pinto, nº 4, Estoril CASCAIS Causa: por renúncia Data: com conhec. à sociedade em 15.11.2008

Anónimo disse...

2007-05-31 506292622 VALOR ALTERNATIVO - GESTÃO DE ACTIVOS - SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO S.A. Oeiras Designação de membro(s) de orgão(s) social(ais) O link seguinte irá abrir uma nova janela Conteúdo Publica-se que em relação à entidade: Nº de Matrícula/NIPC: 506292622 Firma: VALOR ALTERNATIVO - GESTÃO DE ACTIVOS - SOCIEDADE GESTORA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO S.A. Natureza Jurídica: SOCIEDADE ANóNIMA Sede: R. Dr. António Loureiro Borges, nº 9, 5º B, Arquiparque, Miraflores Distrito: Lisboa Concelho: Oeiras Freguesia: Algés 1250 Oeiras Matriculada na: Conservatória do Registo Comercial de Lisboa - 3ª Secção pela Apresentação AP. 16/20070525, referente à inscrição 4, foi efectuado o seguinte acto de registo: Insc. 4 - AP. 16/20070525 12:18:15 UTC - DESIGNAÇÃO DE MEMBRO(S) DE ORGÃO(S) SOCIAL(AIS) DESIGNADO(S): CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: MANUEL JOAQUIM DIAS LOUREIRO NIF/NIPC: 138885885 Cargo: Presidente Residência/Sede: Av. da Bélgica, 4 Estoril

Anónimo disse...

Tenham cuidado com o que escrevem. Façam-no de uma forma que não inclua nomes ou lugares. Sejam vagos nas afirmacões. É um conselho. Evitam assim a devassa da vossa identidade. Lembrem-se que já não vivemos num Estado de Direito. Lembrem-se que temos um governo fascista que se prepara para nos cercear a liberdade.

(Paulo Granjo) disse...

Não exageremos.

Estão a acontecer coisas muito graves a respeito das liberdades e garantias individuais, conforme voltei a lembrar 2 posts atrás. Por todo o mundo, não apenas aqui - embora, aqui, zona de macaquinhos de imitação onde se junta um provinciano autoritário e um ex-chefe da secreta que defendia em livro a integração de todas as estruturas de investigação em nome do antiterrorismo e da defesa do estado, haja razões acrescidas de preocupação.

Não me parece, no entanto, que a melhor resposta a isso seja o enclausuramento em posturas hiper-defensivas.
Parece-me que é, pelo contrário, o protesto e a luta contra a aceitação e habituação às novas restrições que, paulatinamente, se vão impondo aos cidadãos.
A começar por nós próprios, pois a habituação aos abusos é um mecanismo terrivelmente eficiente.
Tudo isto, claro, com o bom senso de não nos transformarmos em vítimas gratuitas.

Anónimo disse...

Estes sujeitos que têm feito parte da governança deste país, pelo menos de há uns 25 anos a esta parte, são escolhidos para as listas eleitorais por gente que nunca aparece; depois, se ganham o poleiro, apenas têm de obedecer cegamente a tudo o que lhes mandam fazer - são apenas marionetas; mas, mesmo que façam algum sacrificiozito, são bem recompensados enquanto lá estão (no poleiro); depois de sairem, são bem colocados e podem meter-se em todos os negócios que quizerem porque são sempre bem protegidos. Se borrarem a pintura demais, são abandonados e até podem ser arguidos mas, de qualquer forma, há pouquíssimos que caiem nessa. Entretanto, levaram muitos e muitos milhões daqui para fora e, portanto, não têm problemas na vida depois da coisa arrefecer. Lembra-se do grupo de macau? alguns são agora ministros, outros já foram. MAS, OS QUE ME IRRITAM MAIS SÃO MESMO ESSES QUE NUNCA APARECEM E QUE COMANDAM TUDO ISTO.

Anónimo disse...

..."transformara a nação num espaço de terror, onde o silêncio tomava corpo no carimbo da censura, e os informados arquejavam sob o pesadelo latente da polícia secreta. Fomentada demagogicamente e coberta por um cínico manto de impunidade, a corrupção invadira as próprias profissões ajuramentadas à moral. Ninguém queria ouvir falar de civismo, dever, honradez e liberdade. Uma covardia funda, medular, entranhada na alma, reduzira a camada alfabeta do país a uma massa amorfa, protoplasmática, egoista, surda a todos os apelos fraternos e cega a todos os acenos da razão, sorna, abúlica, pronta apenas em cada momento a emitir pseudópodes tácticos de avidez nutritiva. A orquestração da verdade oficial, realizada através dos vários meios de comunicação ao serviço do poder, acabara por destruir nas mentes o sentido crítico, a apetência da análise e do julgamento. Era como se a varado mando, mágica e demoniacamente, tivesse apagado em cada humanidade a luz racional e deixasse nela somente a escuridão instintiva. Em vez de naturezas pensantes, seres vegetativos. Taxados de palermas, intratáveis ou líricos, consoante o grau eufemístico do catalogador, os raros resistentes, que teimosamente mantinham aceso o facho da insubmissão, viam-se e desejavam-se para sobreviver. "

Em: A criação do mundo
Miguel Torga

(Paulo Granjo) disse...

Andamos a pagar isso e temo que o paguemos por muitos anos mais.

Mas há uma diferença essencial.
Embora nunca esqueça a frase do moçambicano do caniço que me disse "Na democracia, podemos dizer o que queremos, mas ninguém liga ao que dizemos", hoje em dia não temos que nos ficar pela legítima rezinguice, nem somos presos e torturados apenas por isso.

O sentimento da dignidade e liberdade como coisas congénitas e inalienáveis (que obviamente não são, mas que muito nos ajuda a que não sejamos, individual e colectivamente, como o texto do Torga) também se constroi.
Constroi-se pela história (que, no nosso caso, nos desajuda) e pela criação desse novo hábito de nos pensarmos e sentirmos assim - através, também, do questionamento de coisas inaceitáveis que são tidas por muitos como normais.

No meu caso, a frase mais eficaz para me fazer questionar muitas coisas foi inesperadamente simples: "Porque não?"
Duvido que, nas ocasiões em que a ouvi, tivesse sido mais eficaz meterem-me pelos olhos dentro que estava a ser preconceituoso ou submisso à ordem ideológica estabelecida.

Por isso, a sugestão: embora o desabafo ajude, dicutir e não rezingar.

Anónimo disse...

Bom...
eu, já comento!
Vossência tem um critério de escolhas relativamente aos comentários que nem comento...
Antropológicamente falando:
DESINTERESSEI-ME