Afinal, não são apenas uns paranoicos libertários a preocupar-se com os assaltos estatais que têm vindo a ser feitos aos direitos dos cidadãos, ao abrigo da luta antiterrorista.
Segundo este relatório do Conselho da Europa, "muitos civis inocentes foram molestados e muitas vezes os direitos humanos foram violados em nome da luta antiterrorista", "a noção de privacidade foi alterada” e “a vigilância geral levanta problemas democráticos sérios que não são respondidos pela repetida asserção de que aqueles que não têm nada a esconder, não têm nada a temer”.
A coberto de nos protegerem, é de um importante retrocesso civilizacional que se trata.
Com a agravante de que é muito fácil naturalizarmos as restrições aos nossos direitos, tal como hoje achamos "natural" o passaporte (invenção recente) ou o bombardeamento de populações civis (que chocou o mundo em Guernica, pouco antes de se generalizar de forma "natural", na II Guerra Mundial).
Mais fácil, ainda, em países cujos cidadãos ainda se encontram mentalmente marcados por décadas passadas de submissão ao autoritarismo.
Mas já dizia o Benjamim Franklin, mais coisa menos coisa, que quem está disposto a abdicar de parte da sua liberdade para reforçar a sua segurança não merece nenhuma delas.
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