Sou eu, sou. E digo-lhe, meu Caro Paulo, nunca é tarde para começar: pratico kendo desde que cá cheguei - ao Japão - em Junho de 2008, tinha na altura 34 anos de idade, não praticava qualquer desporto de forma regular antes disso, tenho agora os 35 feitos, e digo-lhe, do coração: é a melhor coisa que me aconteceu desde que cá cheguei. O Kendo pode, de facto, ser muito cativante e generoso para com uma sã disciplina física e mental, mas exige muito, mesmo muito, de quem o pratica, e tanto do corpo como do espírito. Aconselho-o sinceramente a exprimentar fazer umas quantas sessões de Kendo, a título, digamos, experimental, se puder, e tirar então as suas próprias conclusões. Isto porque de facto não sendo o Shinai - espécie de "espada" de bambú, artefacto essencial para a prática do kendo - propriamente caro (pelo menos aqui no Japão), já o Kendo-Gi e Hakama - as peças de roupa usualmente em azul indigo - e o Bogú - composto pelo Men (protecção da cabeça), Kote (protecção das mãos e pulsos) e Dô (protecção da região abdominal) já podem sair bastante caras. Por isso, e esta é só a minha opinião, se o aspirante a kendoshi não se sentir realmente motivado ou capaz de encetar um treino regular e disciplinado e comprometido com um desejo de exigência para consigo mesmo, então é melhor não sonhar com o Bogú, porque se arrisca a ficar com uma colecção de peças muito bonitas quando envergadas diante do espelho, mas sem outra utilidade. Em todo o caso, é um gosto saber que o Paulo desde há muito se interessa pelo Kendo e deseja praticar esta fantástica modalidade. Tem o meu incondicional apoio neste campo e se porventura quiser pôr-me alguma questão sobre o Kendo, tome a liberdade toda de o fazer! Espero poder em breve escrever alguns artigos sobre este assunto no meu blogue. Fique atento.
Irei tentar, sim. Mas, antes disso, a vida vai ter que acalmar um pouco, quanto à quantidade de coisas "para ontem". No mês passado, fiz o balanço de artigos e livros em curso e o número é assustador. Digamos que quando começar a poder, de novo, pegar no sax com alguma regularidade meterei na ordem do dia esse sonho antigo. Até lá, aguardo com muito interesse os seus posts acerca do assunto.
É um cidadão do mundo que nasceu português em 1963, é casado e tem uma filha.
Antropólogo e investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS), doutorou-se em 2001 e realiza pesquisas tanto em Portugal como em Moçambique.
Mete o nariz em terrenos de estudo tão diversos como a indústria, as práticas curativas e mágicas, os processos de aprendizagem, as práticas políticas, as relações laborais ou o direito familiar.
No entanto, as suas pesquisas possuem um fio condutor comum: compreender as concepções e respostas sociais à incerteza, ao perigo e à tecnologia, em contextos de mudança cultural e social.
Vai sendo também docente no ICS e na FCSH, depois de ter passado pela Universidade Eduardo Mondlane (Maputo) e pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
É autor de diversos livros e artigos, alguns dos quais irão sendo afixados aqui no blog.
Os seus trabalhos receberam, em 2007, dois reconhecimentos de que muito se orgulha:
Por parte dos seus "pares", o Prémio Sedas Nunes para as Ciências Sociais.
Por parte dos seus "objectos de estudo", o estatuto de membro honorário da Associação de Médicos Tradicionais de Moçambique.
desde a actualização anterior, à Argélia, Bielorússia, Cazaquistão, Chipre, Costa Rica, Egipto, El Salvador, Etiópia, Guiana, Honduras, Jersey, Katar, Letónia, Líbano, Malawi, Nicarágua, Paquistão, Senegal e Suazilândia
Nkosi Sikelele Mama Africa
SELECÇÃO DE ARTIGOS - MOÇAMBIQUE
Dragões, Régulos e Fábricas: espíritos e racionalidade tecnológica na indústria moçambicana
A mina desceu à cidade: memória histórica e a mais recente indústria moçambicana
O que é que a adivinhação adivinha?
Saúde e doença em Moçambique
Pluralismo jurídico e direitos humanos: os julgamentos de feitiçaria em Moçambique
Trauma e limpeza ritual de veteranos em Moçambique
O linchamento como reivindicação e afirmação de poder
Gémeos, albinos e prisioneiros desaparecidos; uma teoria moçambicana do poder político
A recusa de ser irrelevante - 5/2/2008 e 1-3/9/2010
4 comentários:
Muito BOM!
Também gostei. Tal como do seu blog.
É você, dentro do fato de Kendo, ou é só para fazer inveja à gente?
Sou eu, sou.
E digo-lhe, meu Caro Paulo, nunca é tarde para começar: pratico kendo desde que cá cheguei - ao Japão - em Junho de 2008, tinha na altura 34 anos de idade, não praticava qualquer desporto de forma regular antes disso, tenho agora os 35 feitos, e digo-lhe, do coração: é a melhor coisa que me aconteceu desde que cá cheguei.
O Kendo pode, de facto, ser muito cativante e generoso para com uma sã disciplina física e mental, mas exige muito, mesmo muito, de quem o pratica, e tanto do corpo como do espírito.
Aconselho-o sinceramente a exprimentar fazer umas quantas sessões de Kendo, a título, digamos, experimental, se puder, e tirar então as suas próprias conclusões.
Isto porque de facto não sendo o Shinai - espécie de "espada" de bambú, artefacto essencial para a prática do kendo - propriamente caro (pelo menos aqui no Japão), já o Kendo-Gi e Hakama - as peças de roupa usualmente em azul indigo - e o Bogú - composto pelo Men (protecção da cabeça), Kote (protecção das mãos e pulsos) e Dô (protecção da região abdominal) já podem sair bastante caras.
Por isso, e esta é só a minha opinião, se o aspirante a kendoshi não se sentir realmente motivado ou capaz de encetar um treino regular e disciplinado e comprometido com um desejo de exigência para consigo mesmo, então é melhor não sonhar com o Bogú, porque se arrisca a ficar com uma colecção de peças muito bonitas quando envergadas diante do espelho, mas sem outra utilidade.
Em todo o caso, é um gosto saber que o Paulo desde há muito se interessa pelo Kendo e deseja praticar esta fantástica modalidade.
Tem o meu incondicional apoio neste campo e se porventura quiser pôr-me alguma questão sobre o Kendo, tome a liberdade toda de o fazer!
Espero poder em breve escrever alguns artigos sobre este assunto no meu blogue.
Fique atento.
Um Abraço do Japão,
L. F. Afonso - O Último NanBanJin
Irei tentar, sim.
Mas, antes disso, a vida vai ter que acalmar um pouco, quanto à quantidade de coisas "para ontem".
No mês passado, fiz o balanço de artigos e livros em curso e o número é assustador.
Digamos que quando começar a poder, de novo, pegar no sax com alguma regularidade meterei na ordem do dia esse sonho antigo.
Até lá, aguardo com muito interesse os seus posts acerca do assunto.
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