Só agora, dando uma voltinha pelos blogs, reparei que estamos a 25 de Novembro - a data que marcou, em 1975, o fim da revolução portuguesa.
E isto, em dois sentidos.
No mais habitualmente usado de final do PREC e num outro: o do rápido emprateleiramento dos que tinham saído à rua em 25 de Abril do ano anterior ou tinham preparado a coisa, fossem agora vencedores ou vencidos.
Dos 3 mais mediáticos vencedores, garbosos militares da foto, aquele que comandou o 25 de Novembro (e já tinha sido figura central na preparação do 25 de Abril) levou um chuto logo que possível.
O seu lugar-tenente operacional (que se tinha mantido cuidadosamente à parte do Movimento dos Capitães) virou Presidente da República.
O operacional que deu mais nas vistas (contrastando com o 25 de Abril, em que tinha assumido responsabilidades mas arranjou uma série de desculpas para não sair do quartel) tornou-se o único militar português a virar general depois de reformado.
Como me dizia, há anos atrás, um saliente e também ele mediático vencido de Novembro, «Não é o 25 de Novembro que eles não nos perdoam. O que eles não nos perdoam é termos feito o 25 de Abril.»
É assim até hoje.
E isso, enquanto cidadão português, é que não posso aceitar.
É algo de profundamente obsceno. Quer se celebre ou se chore o que aconteceu há 34 anos.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
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1 comentário:
Não faz mal: é esta "velhice" que nos deixa ver a obscenidade da coisa. =)
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