quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Wikileakando Moçambique

Aqui há uns meses, o Departamento de Estado norte-americano colocou na lista dos grandes barões da droga internacionais o Sr. Mohamed Bashir Suleiman, conhecido como o maior vendedor de electrodomésticos de Moçambique e o maior financiador do partido governante Frelimo, para além de como um dos homens mais ricos do país e sócio de vários governantes.

Foi um sarrabulho em Maputo, mas a coisa lá acabou por ser digerida, como mais um escândalo entre muitos. Em Portugal, não se ouviu palavra.

Hoje, a mesmíssima questão, agora com o selo de disclosure da Wikileaks, passou nos telejornais da manhã. Está já, aliás, no Le Monde. Fenómeno curioso.

Mas nem tudo eram old news, nesses telegramas diplomáticos enviados da Pérola do Índico.
Alegam também, por exemplo, que o Presidente da República (Armando Guebuza) lá arranjou maneira de sacar entre 35 e 50 milhões de dólares com o negócio da reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa.
O que, claro, dá novos sentidos à simpática palavra de ordem "Cahora Bassa é nossa!"...

Como a Wikileaks parece andar por aí a saltar de nenúfar digital em nenúfar, leiam a transcrição do tal telegrama aqui.

PS: A coisa chegou ao púdico "Público" e, até ver, há 4 telegramas disponíveis aqui.

3 comentários:

Isidoro de Machede disse...

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Os oprimidos viram opressores e aspiradores do que era para dividir por todos os oprimidos.
Todos para a reeducação que eles inventaram!

Anónimo disse...

os maiores opressores foram coruptos formados pelas escolas marxistas na china, aonde fizeram campos de reeducaçao a maneira do goulag, os mestres chineses prepararam bem a escola deles para eles tomarem conta hoje do que era nosso..a formaçao dos rebeldes ao fornecimento das armas ilimitadamente, foi a maior strategia que teve a china contra portugal..nos portugueses hoje temos o inimigo dentro de casa e ninguem se apercebe disto..da mesma forma o inimigo invadiu a africa e nossas terras da africa apoderando do que era nosso e dos vossos filhos... assim sao eles donos da africa, tendo homens de palha a gouvernar para eles..acordai portugueses porque haveis de passar muita misera pelos erros e pela ineficiencia dos outros em que a traiçao encheu lhes o papo e os cofres, mas comprometeu o vosso futuro e o futuro dos vossos filhos..

(Paulo Granjo) disse...

Quem me conheça ou leia o que por aqui anda escrito, saberá que sou, tal como Isidoro, muito sensível à questão dos libertadores que viram opressores e "aspiradores".

Com isso, caro anónimo, tão pouco aceito o branqueamento da anterior opressão colonial (que não vivi mas bem conheço, pelas memórias das pessoas, a documentação em arquivo e a bibliografia acerca do assunto), e muito menos que se fale das antigas colónias portuguesas, e do que lá haja, como «o que era nosso e dos vossos filhos».