sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Às vezes, vale a pena escrever

Estou de acordo com o António Paço: um dia em que um ditador foge do país à frente de protestos populares e Berlusconi deixa de ser inimputável pelos seus crimes e aldrabices é mesmo de uma safra excepcional.

(Mesmo que a reforma do Le Pen não pareça mudar muito e continuemos ensombrados pelas cheias na Austrália e no Rio de Janeiro, para além da tal de crise...)

Uma safra de tal forma excepcional que não resisto a acrescentar-lhe outra boa notícia, que tenho andado a guardar para as pessoas mais próximas durante as últimas semanas.


Saberão alguns de vós que escrevi, há coisa de um ano, um despretencioso livro que conta a história de vida de um transcontinental homem dos sete ofícios, Álvaro, centrado no enredado e nómada grande amor da sua vida, com a Rosita (há alguns excertos disponíveis aqui).

Ora acontece que uma leitora ficou emocionada com a história e conseguiu descobrir a Rosita numa cidade do interior.
Acontece que o Álvaro estava excepcionalmente em Portugal, para tratamento médico.
Acontece que ambos se queriam rever e se reencontraram, 40 anos depois. E continuaram a rever-se.
Acontece que estão felicíssimos com isso.

Diria o saudoso outro que «Assim acontece».
Diz a minha senhora que ganhei um lugar no céu.
Digo eu que, às vezes (às vezes...), vale a pena escrever livros.


(E, para não estragar o dia, o planeado post sobre uma forma alternativa de ver económica e politicamente a crise vai ter que esperar.)

1 comentário:

Silvares disse...

Há dias em que a felicidade toma o lugar das outras coisas que costumam lá estar a meter nojo.