Quando eu tinha uns 10 aninhos, Fernando Tordo e Ary dos Santos levaram à Europa-sem-ser-connosco uma violenta sátira, aparentemente kitsh e inócua, do fim de festa da ditadura.
Os tempos (e as censuras bem mais subtis que as quadradonas da altura) já não exigem metáforas para acusar aquilo que é insustentável.
O que pode limitar a forma. Mas não limita o papel do humor, do sarcasmo e da auto-ironia.
Uma parelha humorística que goza com estilos revolucionários serôdios e com os baladeiros que conheciam dois acordes, para com isso gozarem com os importantes senhores que nos governam e, às vezes, com o "povo" ( que «quer é dinheiro para comprar um carro novo»), irá, por efeito do voto popular, levar à Europa-que-já-disseram-que-estava-connosco-e-agora-de-certeza-que-não-está-pelo-menos-na-Alemanha uma outra sátira kitsh do nosso imaginário, apelando a algo que voltou a ser sexy, por efeitos da margem sul do rio Mediterrânico.
A luta, a rua, a alegria.
Certamente, porque as coisas estão insustentáveis.
Talvez, por haver esperança (entre muito mais gente do que esperariam os aspirantes a ditadores eleitos) de que a luta e a rua, em alegria, sirvam de alguma coisa.
Não é um acaso, esta eleição de uma tal musiquinha.
Dizem que a história se repete, e cois'ital...
Mas, se da primeira vez já queria ser farsa, o que nos revelará agora?
domingo, 6 de março de 2011
Diz que a história se repete...
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