Quando eu era um mais ou menos jovem professor de Introdução à Antropologia, tinha uma aula que me dava particular gozo, acerca dos usos subversores e de statement no humor musical.
A coisa passava pela audição do Via Com Me, do Paolo Conti...
... do Nois É Jeca Mais É Joia, dos Xangai...
... e da muito nacional Tourada.
A aula virava uma discussão geral interessadíssima e interessantíssima, em roda livre e sempre diferente de cada vez.
(E, na altura, nem sequer conhecia o Rock da Linguista Antropológica, dos Zuleika e os Confirmados, para juntar ao ramalhete.)
Hoje, é sintomático que o Público só tenha conseguido dar com um dia de atraso a notícia da vitória do A Luta É Alegria no Festival que deus quase tenha.
E que tenha sentido necessidade de se ir resguardar sob a chancela de especialistas, que pouco lhes disseram e com cujas palavras não souberam muito bem o que fazer.
É isso o mais curioso (e forte) da vitória desta canção, num certame a que já ninguém ligava, antes. O facto de ninguém (a começar pelos media) saber muito bem que raio fazer com ela.
O que, confesso, me dá um tremendo gozo.
segunda-feira, 7 de março de 2011
Que farão com esta música?
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