quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Apelo aos Comerciantes


Caro Senhor comerciante:

É verdade que nos dias de greves a facturação costuma ser um pouco melhor.

É também verdade que as greves costumam ser feitas pelas pessoas que trabalham para outras, e não por quem tem o seu próprio negócio.

É verdade, ainda, que nas greves gerais as lojas costumam continuar abertas, dando a impressão de que tudo está normal e de que os comerciantes não têm nada a ver com o assunto.

Mas esta Greve Geral também tem a ver consigo. E muito.

Veja o meu caso: Desde o início do ano que levo para casa menos 8,5% do salário. No Natal, vou receber quase menos 1.000 euros de subsídio. No ano que vem, querem continuar a cortar-me no ordenado e não me querem pagar nem o subsídio de Natal, nem o de férias. E lá para Março vou pagar mais de IRS.

Quem é que acha que vai sofrer com isso, para além de mim e da minha família?

Não é o banco, pois a esse tenho sempre que continuar a pagar a casa.

São as compras que lhe faço a si e aos seus colegas que irão ficar cada vez mais pequenas, tal como as de todas as outras pessoas na minha situação. É também o senhor quem vai sofrer com isso.

Quanto mais o país ficar parado no dia 24, mais hipóteses há de que as coisas não sejam assim no ano que vem.

Ao fechar a porta do seu estabelecimento no dia da Greve Geral, estará a defender os interesses dos seus clientes e estará a defender os seus próprios interesses.

Peço-lhe que pense nisso.



Ass: Paulo Granjo, investigador científico




A partir de segunda-feira, irei entregar este apelo individualizado aos comerciantes da minha zona de residência, que me conhecem como cliente.

Quem achar que é boa ideia fazer o mesmo na sua rua, pode fazer download do texto aqui, adaptar o 5º parágrafo à sua situação, e introduzir o seu nome e profissão.

Penso que, mesmo que as lojas não cheguem a fechar dia 24, já é importante que os seus proprietários pensem neste assunto.

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