sábado, 26 de novembro de 2011

Explendores e misérias do day after





1. O pobre Diário de Notícias, com mais do que idade para merecer respeito da parte de quem o dirige, escolhe como manchete de um dia de enorme greve geral «Polícia teme mais conflitos após incidentes na greve».


2. Afinal, ainda não vivemos numa República das Troikas. Depois da indignação cidadã que correu viralmente na internet, acerca da inqualificável violência de um polícia à paisana infiltrado na manifestação em S. Bento, a PSP abriu um processo de averiguações.


3. Um general com respeitável folha de serviços foi fazer, na Antena 1, o papel que corresponde, na ética e linguagem dos seus camaradas de armas, ao de «sabujo de paisanos».


4. Mas outro general, Garcia dos Santos, surgiu na televisão a, muito militarmente, chamar os bois pelos nomes no que respeita à corrupção e desvio de dinheiro para os partidos do centrão, na então Junta Autónoma das Estradas. (Mas talvez numa coisa se engane; talvez não tenha sido perseguido pela sua proximidade ao Ramalho Eanes, mas pelo seu importante papel no 25 de Abril...)


5. Na abertura solene do ano académico da Universidade de Lisboa, contra todos os hábitos e protocolo, o discurso do representante dos funcionários foi interrompido por uma estrondosa e longuíssima salva de palmas. Tinha ele referido que as preocupações do seu discurso eram semelhantes às que tinham justificado a paralização do dia anterior, acabando a sua enumeração ao referir que nos é retirada parte do salário para pagar erros que não fomos nós a cometer.

Ao meu lado, um colega senior que certamente votou num dos partidos do governo, batia palmas convicto, logo que eu comecei a batê-las. Não foi por acaso que um manifesto como este recolheu 170 assinaturas de cientistas sociais das mais diversas disciplinas, instituições e simpatias políticas, em menos de 3 dias.

1 comentário:

O rural disse...

O General Garcia dos Santos "acordou com pesadelos" dizia o Ministro Cravinho.

Só que os pesadelos do General, a corrupção na Junta Autonoma de Estradas, terminaram quando o genial Cravinho, com o consentimento de Guterres, em vez de acabar com os corruptos acabou com a Junta de Estradas.

Mas em que "pântanos" nos atolámos!!!Porrrra!