quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Tempos e cores


A polícia anti-motim da África do Sul disparou com metralhadoras sobre grevistas da mina de platina Lonmin em Marikana, uma das maiores do mundo e situada a cerca de 100 kilómetros de Joanesburgo.
Um repórter sul-africano presente no local contou 18 cadáveres, em resultado desses disparos.
Confrontos anteriores ocorridos durante a greve contabilizavam já 10 mortos, desde o início da semana.

Esta notícia não é de 16 de Agosto de 1992, nem de 1982, nem de 1972. É de hoje.
Mas, como diz Nic Borain, só nos tempos do apartheid se podem encontrar paralelos com uma actuação policial e estatal como esta.
É claro que,  agora, os polícias são bastante mais escuros e os que neles mandam também. Tal como são mais escuros muitos dos muito ricos da África do Sul.

O que, imagino, descansará muito boa gente.
E levará mesmo alguns a milagres de malabarismo, para justificarem acontecimentos como este.
Poderão, até, juntar-se às preocupações da pobre empresa mineira, que se queixa amargamente da quantidade de platina e lucros que está a perder com a greve...

(mais informações aqui, aqui e aqui)

3 comentários:

Anónimo disse...

Quando a injusticia se torna lei, a resistência fica por ser dever.
Thomas Jefferson

Retornado disse...

Na RSA tem milhares de madeirenses e cont'nentais e agora estão indo para Moçambique e Angola milhares de doutores desde o Minho ao Funchal.

Sou velho retornado, dou explicações como se exploram "pretos" e nós na praia e ficamos ricos .

Dou explicações como se diferencia uma bananeira de uma árvore das patacas, e como se abana essa árvore.

Como é fácil enganar e roubar os "pretos" e eles são "todos iguais" podemos dar aulas contratando alguns na Amadora.

Anónimo disse...

o Partido Comunista Sul-Africano emitiu um comunicado de imprensa no qual criticou o que chamou "caos", "anarquia" e "violência", pedindo a imediata prisão dos que entende serem os coordenadores da greve. Nenhuma palavra sobre a acção policial e sobre o massacre. Num outro comunicado sobre a violência, pediu à polícia para deter os que apelidou de "hooligans".

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