Há antropólogos de todos os tipos e feitios.
Mesmo se, depois do Holocausto e da vergonha do racismo "científico", poucos passaram a ser os maduros dedicados a medir crânios, a lista é infindável:
Houve-os que contribuíram, acrítica ou afincadamente, para as dominações coloniais e houve-os que as puseram em causa ou contra elas agiram, levando a histórias de expulsões e mesmo assassinatos às mãos da "secreta" do apartheid.
Há aqueles que reclamam estudar "sociedades", outros "culturas", outros "relações" ou "dinâmicas" sociais e outros ainda os "universais humanos" - podendo cada uma dessas expressões representar coisas bem diferentes para cada um deles.
Há os que olham os "outros" para discorrer acerca dos "seus", os que deles falam com chico-espertismos de "topa-tudo", os que lhes pretendem "dar voz" (muitas vezes a sua, reduzindo o espaço para a deles), os que os fazem desaparecer em elegantes abstracções.
Há os que acreditam poder pensar e sentir como o "outro", os que o buscam compreender num processo demorado de presença e relação, os que questionam a tal de observação participante (quantas vezes por serem incapazes de a fazer sem superficialidade ou sem serem rejeitados), os que analisam do sofá, com ou sem uma pontual e breve visita de cortesia a uns quaisquer "indígenas".
Há os notários ou defensores de "mundos evanescentes", os intérpretes da mudança, os prosélitos da justiça, os crentes na neutralidade do seu trabalho e, mesmo, os passadores de "certificados de indígena".
Que é, então, ser antropólogo?
Em que é que o facto de eu o ser se torna relevante para o que for ficando escrito neste blog?
Resposta em breve.
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário