terça-feira, 13 de novembro de 2007

A Maldição da Cadeia 161


O Miguel Portas atou-me para sempre, aqui, à demoníaca Cadeia 161. Uma citação qualquer, de um livro qualquer, desde que da página 161.

Isso já me custou abrir a garrafa de sake que tinha amorosamente trazido (e guardado) de um bairro japonês numa cidade sul-americana, e descobrir que grande parte das minhas estantes anseiam pela visita de um espanador.

No livro que mais releio, um tal de Coronel Aureliano Buendia está, a páginas 161, letárgico com uma guerra civil que não adianta nem atrasa, respondendo ao anúncio da visita de uma delegação do seu Partido Liberal com um lapidar «Levem-nos às putas». Tem piada e algo mais, mas não sei se será a melhor citação para as gerações vindouras.
O poema que mais digo e recordo está num livro de menos de 161 páginas, tal como se fica pelas 126 o Corto Maltese en Sibérie que o transcreve entre imagens belíssimas.

Inspiração divina! O Arranca Corações, do Boris Vian, tem exactamente 161 páginas impressas!E na última diz,

«Devia ser maravilhoso estarem assim todos juntinhos, com uma pessoa para os acarinhar, assim dentro daquela gaiolinha tão quente, tão cheia de amor.»

São os tempos que correm, não?

Passo a bola às vítimas seguintes: Rogério Moreira, Miguel Cartaxo, Karin Wall, Cristiana Bastos e José Flávio Teixeira.

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