foto Savana
Uma morte é uma desgraça absoluta. Sete mortes, são 7 desgraças absolutas - e tudo o mais se torna contabilidade.
No entanto, no meio das confusões mediáticas acerca da cheia actual (desde a cidade de Tete submersa, inventada pela BBC, à încongruência de números e à sensação de quase rotina transmitida em jornais moçambicanos), há uma coisa que se vai tornando evidente e muito me agrada salientar:
O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades parece dispor dos meios suficientes para lidar eficientemente com a situação e estar a abordá-la da forma mais correcta. As intervenções e as evacuações estão a ser sobretudo preventivas, prospectivas e atempadas - ou seja, estão a ser feitas antes de a ameaça sobre cada zona específica se transformar em alagamento e em pessoas sob perigo imediato, ou a flutuarem mortas sobre as águas.
É uma questão de opção estratégica, bom senso e organização.
Numa frase que deve ter deixado arrepiados os negociantes das calamidades e os sôfregos de "ficarem na fotografia" com tragédia alheia em pano de fundo, o director do referido Instituto declarou que «a nossa aposta de momento é evitar uma catástrofe humanitária». Antecipando-se a ela, acrescentaria.
Embora seja essa a sua obrigação, aplaudo entusiasticamente (até pelo facto de os poderosos terem obrigações não querer dizer que elas sejam cumpridas, e muito menos com eficiência) e fico satisfeito, pelas pessoas afectadas.
Confesso a minha curiosidade em, qualquer dia, conhecer este homem. Cheira-me que se preocupa bastante mais em estudar os dossiers, planificar e rodear-se de colaboradores competentes do que em pavonear sinais exteriores de poder. A ser esse o caso, espero que uma atitude tão contrastante não lhe venha a trazer dissabores.
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