segunda-feira, 28 de abril de 2008

Gosto do homem, o que é que se há de fazer?


Temo que alguns visitantes regulares se zanguem comigo, mas é verdade: gosto do Pedro Passos Coelho e fico satisfeito por ele estar a recolher apoios.
A coisa começou na minha juventude serôdia, quando presidia a um proto-sindicato de soldados de que quase ninguém se deve lembrar - a CASMO.
À conta disso, ia contactando com os líderes das juventudes partidárias (também eles rapazes para a minha idade) que, à excepção do da JCP, se tornaram conhecidos. Eram, na altura, o Tózé Seguro, o Monteiro e o Pedro Passos Coelho.

Acerca dos dois primeiros, permitam-me que guarde para mim próprio a minha opinião e impressões.
Mas o Pedro Passos Coelho destacava-se claramente do lote, pela inteligência, a lucidez, um intrínseco espírito democrático e respeito pela cidadania, e por subordinar as partidarices aos princípios, tanto quanto podia.

Só o voltei a ver, via TV, num daqueles congressos do PSD que antecederam, como espectáculo, as transmissões de wrestling. Peguntavam-lhe acerca da hipótese de o Pedro Santana Lopes virar presidente lá do clube deles e a sua resposta ficou-me no ouvido: «Isso seria a catástrofe completa!»
Também o vi a cantar ópera, mas enfim, nem todos podem gostar de Jazz...

Um velho amigo meu dizia, do alto dos seus cabelos brancos, que a idade acanalha os homens. Talvez. E não posso saber se o Pedro Passos Coelho de hoje é aquele que conheci.
Mas lá que me sentiria mais seguro, enquanto cidadão que mais tarde ou mais cedo lhes sofrerá a acção, se os líderes dos partidos da "alternância" tivessem as características que conheci a este homem, lá isso é verdade.

Pela minha parte, nunca irei votar no PSD, com Pedro Passos Coelho ou sem ele. Para isso, tenho gente politicamente mais próxima de mim, mesmo que não me despertem a simpatia que sinto por ele.
Mas o nosso primeiro que se cuide. Centro-esquerda por centro-esquerda, o pessoal do "centrão" acabará por preferir the real thing.

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