Mas é uma ironia merecida, perante posições que aceitam o casamento mas, depois, têm medo que os homossexuais eduquem criancinhas. Desculpe-me se é um apoiante ou subscritor desta posição da JSD, mas parece-me claro que ela põe a nu preconceitos descabidos.
Entretanto, enquanto cientista, sou céptico em relação à literatura científica acerca deste tema (e outros), pelo peso que nela têm os interesses em jogo. Por exemplo: há quem ande à procura de razões genéticas para a homossexualidade, porque isso seria muito importante no quadro legal norte-americano; outros sustentam teses culturalistas acerca do assunto, porque o quadro legal europeu tem princípios diferentes.
Se você me apresentar "literatura científica" a dizer que crianças educadas por homossexuais tendem a tornar-se homossexuais, serei mais céptico ainda - acerca dos resultados da pesquisa e da seriedade dos investigadores.
No entanto, duvido que me desse ao trabalho de a ler. Não para evitar ler conclusões que não me agradam mas porque, enquanto pessoa a quem muitos assuntos interessam e a quem não incomoda ou perturba o género pelo qual os outros sentem atracção, estar-me-ia normalmente nas tintas para o tema da homossexualidade.
Só não me estou nas tintas porque ela surge associada à discriminação e a restrições dos direitos de outros cidadãos, que me agridem enquanto cidadão e ser humano, independentemente de eu ser heterossexual.
Peço desculpa pelo laconismo e brusquidão, mas estou com uma gripe lixada e o humor não é dos melhores. Mas lá para 10 de Outubro haverá certamente muito a debater, quanto mais não seja os argumentos peculiares que, quase de certeza, virão a ser esgrimidos na AR.
Tinha eu acabado de dar catanada, a um tal de Pedro Morgado que se insurgia contra uma frase em que acusei a posição da JSD de ser feita por gente que pensa que a homossexualidade é uma doença contagiosa quando, por curiosidade, cliquei no nome e fui dar ao blog dele.
Surpresa! Afinal o tal Pedro Morgado até apoia a proposta maximalista do BE, mas só consegue ver homofobia em quem goza com a homofobia - pelo que aponta este post como um exemplo homofóbico.
O que prova que, em qualquer grupo e corrente de opinião, há sempre um imbecil com um carimbo na mão.
Meu caro, já ando a aturar esse indivíduo há quase 2 anos e, muito honestamente, ainda não lhe descobri ponta de coerência. Ainda que todos percebam aonde quer chegar. E para onde vai. Mais a sua crista lustrada.
Peço desculpa pelo erro na interpretação do que escreveu. Também eu estou a meio de uma semana repleta de trabalho e precipitei-me na leitura do seu post.
O link indevidamente colocado no meu blogue será removido.
Concondo na integra com aquilo que afirma... isto prova que nem sempre devemos "acreditar" em todos os estudo designados científicos.
Este mal-entendido até foi bom, porque pudemos entender melhor a sua reflexão sobre este assunto (e para variar, também partilho na integra a sua opinião). Mas afinal, o tal Pedro, apenas não está habituado ao seu sentido de humor meio provocatório! É a vida...
É um cidadão do mundo que nasceu português em 1963, é casado e tem uma filha.
Antropólogo e investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS), doutorou-se em 2001 e realiza pesquisas tanto em Portugal como em Moçambique.
Mete o nariz em terrenos de estudo tão diversos como a indústria, as práticas curativas e mágicas, os processos de aprendizagem, as práticas políticas, as relações laborais ou o direito familiar.
No entanto, as suas pesquisas possuem um fio condutor comum: compreender as concepções e respostas sociais à incerteza, ao perigo e à tecnologia, em contextos de mudança cultural e social.
Vai sendo também docente no ICS e na FCSH, depois de ter passado pela Universidade Eduardo Mondlane (Maputo) e pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
É autor de diversos livros e artigos, alguns dos quais irão sendo afixados aqui no blog.
Os seus trabalhos receberam, em 2007, dois reconhecimentos de que muito se orgulha:
Por parte dos seus "pares", o Prémio Sedas Nunes para as Ciências Sociais.
Por parte dos seus "objectos de estudo", o estatuto de membro honorário da Associação de Médicos Tradicionais de Moçambique.
desde a actualização anterior, à Argélia, Bielorússia, Cazaquistão, Chipre, Costa Rica, Egipto, El Salvador, Etiópia, Guiana, Honduras, Jersey, Katar, Letónia, Líbano, Malawi, Nicarágua, Paquistão, Senegal e Suazilândia
Nkosi Sikelele Mama Africa
SELECÇÃO DE ARTIGOS - MOÇAMBIQUE
Dragões, Régulos e Fábricas: espíritos e racionalidade tecnológica na indústria moçambicana
A mina desceu à cidade: memória histórica e a mais recente indústria moçambicana
O que é que a adivinhação adivinha?
Saúde e doença em Moçambique
Pluralismo jurídico e direitos humanos: os julgamentos de feitiçaria em Moçambique
Trauma e limpeza ritual de veteranos em Moçambique
O linchamento como reivindicação e afirmação de poder
Gémeos, albinos e prisioneiros desaparecidos; uma teoria moçambicana do poder político
A recusa de ser irrelevante - 5/2/2008 e 1-3/9/2010
8 comentários:
Talvez encontre na literatura científica mais actual algumas respostas para a pergunta que enuncia. Contudo, não me parece que a pergunta seja feliz.
Caro:
A pergunta é, obviamente, irónica.
Mas é uma ironia merecida, perante posições que aceitam o casamento mas, depois, têm medo que os homossexuais eduquem criancinhas. Desculpe-me se é um apoiante ou subscritor desta posição da JSD, mas parece-me claro que ela põe a nu preconceitos descabidos.
Entretanto, enquanto cientista, sou céptico em relação à literatura científica acerca deste tema (e outros), pelo peso que nela têm os interesses em jogo.
Por exemplo: há quem ande à procura de razões genéticas para a homossexualidade, porque isso seria muito importante no quadro legal norte-americano; outros sustentam teses culturalistas acerca do assunto, porque o quadro legal europeu tem princípios diferentes.
Se você me apresentar "literatura científica" a dizer que crianças educadas por homossexuais tendem a tornar-se homossexuais, serei mais céptico ainda - acerca dos resultados da pesquisa e da seriedade dos investigadores.
No entanto, duvido que me desse ao trabalho de a ler. Não para evitar ler conclusões que não me agradam mas porque, enquanto pessoa a quem muitos assuntos interessam e a quem não incomoda ou perturba o género pelo qual os outros sentem atracção, estar-me-ia normalmente nas tintas para o tema da homossexualidade.
Só não me estou nas tintas porque ela surge associada à discriminação e a restrições dos direitos de outros cidadãos, que me agridem enquanto cidadão e ser humano, independentemente de eu ser heterossexual.
Peço desculpa pelo laconismo e brusquidão, mas estou com uma gripe lixada e o humor não é dos melhores.
Mas lá para 10 de Outubro haverá certamente muito a debater, quanto mais não seja os argumentos peculiares que, quase de certeza, virão a ser esgrimidos na AR.
Tinha eu acabado de dar catanada, a um tal de Pedro Morgado que se insurgia contra uma frase em que acusei a posição da JSD de ser feita por gente que pensa que a homossexualidade é uma doença contagiosa quando, por curiosidade, cliquei no nome e fui dar ao blog dele.
Surpresa! Afinal o tal Pedro Morgado até apoia a proposta maximalista do BE, mas só consegue ver homofobia em quem goza com a homofobia - pelo que aponta este post como um exemplo homofóbico.
O que prova que, em qualquer grupo e corrente de opinião, há sempre um imbecil com um carimbo na mão.
Dava um interessante case-study.
Meu caro, já ando a aturar esse indivíduo há quase 2 anos e, muito honestamente, ainda não lhe descobri ponta de coerência. Ainda que todos percebam aonde quer chegar. E para onde vai. Mais a sua crista lustrada.
Caro Paulo Granjo,
Peço desculpa pelo erro na interpretação do que escreveu. Também eu estou a meio de uma semana repleta de trabalho e precipitei-me na leitura do seu post.
O link indevidamente colocado no meu blogue será removido.
Cumprimentos,
Pedro Morgado
Obrigado pela correcção.
Paulo,
Concondo na integra com aquilo que afirma... isto prova que nem sempre devemos "acreditar" em todos os estudo designados científicos.
Este mal-entendido até foi bom, porque pudemos entender melhor a sua reflexão sobre este assunto (e para variar, também partilho na integra a sua opinião). Mas afinal, o tal Pedro, apenas não está habituado ao seu sentido de humor meio provocatório! É a vida...
Um abraço e rápidas melhoras!
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