segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ainda os e-mails das finanças

A versão impressa da notícia que deu origem ao post anterior introduziu um dado novo em relação à versão digital disponibilizada ontem e, entretanto, também corrigida.

A abertura das mensagens de e-mail terá sido feita «após obter uma autorização judicial» - ou, mais precisamente, após o Tribunal de Instrução Criminal ter considerado que e-mails eram «correspondência já aberta» e poderiam, por isso, ser apreendidos pelo Ministério Público.

Antes disso, a Inspeção Geral das Finanças "apenas" tinha aberto as caixas de e-mail dos funcionários e identificado os milhares de mensagens que centenas deles tinham enviado a orgãos de comunicação social, a par dos respectivos "subjects", feito um relatório e passado a bola às autoridades policiais, por não conseguir culpar ninguém apenas com base nesses dados.

Esse pormenor faz uma enorme diferença.
Deixa de se tratar de um crime que exigia a imediata demissão do ministro e procedimento criminal dos envolvidos, para passar a ser uma escandaleira que exige discussão política e ética.

Porque, mais do que a zona de penumbra acerca da ilicitude legal, ou não, daquilo que foi feito pela própria IGF sob autorização do ministro, interessará discutir a ilegitimidade de tais atitudes e práticas, no exercício do poder.

2 comentários:

AGRY disse...

Apenas para lhe indicar um link sobre declarações do sindicato dos Trabalhadores dos Impostos

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=355961

(Paulo Granjo) disse...

Obrigado.
Entretanto, verifiquei que escrevi uma asneira neste post, pois a própria identificação de tráfego e assuntos, ou sequer de sites consultados, é crime caso não seja explicitamente autorizada pelo trabalhador - pelo menos, assim o declarou um docente desta área, no telejornal de ontem.
Corrigirei a questão com um novo post, logo que possa.