quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A socialista Merkel e o conservador Sousa

Andei à procura da notícia online, mas não encontro. Portanto, acreditem em mim ou vão à página 3 do Público de ontem.

«Os gestores dos bancos que recorrerem ao plano especial de apoio ontem aprovado pelo Governo alemão ficam com os salários limitados a 500 mil euros por ano (1) e não podem receber prémios ou outras compensações adicionais. Durante o período em que estiverem sob intervenção estatal, os bancos não poderão pagar dividendos aos accionistas privados - apenas ao Estado.»

Por cá, o recurso ao aval estatal para empréstimos interbancários não prevê minudências estaticistas desse tipo.
Não há cá pré-condições sociais, económicas ou morais, que essa gente é que percebe dessa coisa dos negócios financeiros (como se viu) e das políticas salariais para si próprios (como se continua a ver).

Claro que uma coisa é um aval e outra é uma recapitalização. Mas assim, sem quaisquer condições, quando está como está a situação real desses parvalhões como eu que, quando pedem um empréstimo, têm que o pagar?
Claro, também, que não há almoços grátis, muito menos com o nosso primeiro. Mas nem quero imaginar qual será a retribuição que ele espera.

Há quem goste de dizer que se acabou a direita e a esquerda. Se calhar, irão dizer que estamos perante uma prova disso.
A mim, parece-me que se acabou uma outra coisa: o bom senso para os lados terceiraviistas.


(1) Também posso? Também posso?

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