quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Paternalismo e latifundiários absentistas

Chamaram-me a atenção para esta crónica do Mia Couto, por ela dar destaque, sob uma perspectiva diferente, a um aspecto que tenho vindo a referir naquilo que escrevo sobre os motins e os linchamentos: a vertente paternalista da relação com o poder político, em Moçambique.

Uma crónica cuja leitura recomendo, também, porque traz para o espaço público uma questão candente, de que se fala mas que não se escreve. Trata-se do registo de quase toda a terra (cuja propriedade plena pertence ao Estado) em nome(s) da nomeklatura, tendo em vista não a exploração agrícola, mas o seu aluguer ou “trespasse” a quem queira cultivar alguma coisa, ou desenvolver outro tipo de projecto.

O que, claro, tem também consequências importantes sobre a possibilidade de desenvolver o potencial agrícola e alimentar a população.

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