in Etnográfica, VI, 1 (2002)
Pode uma mutação nas identidades socio-profissionais tornar-se um factor de perigo industrial? Inesperadamente, sim. Um grupo de trabalhadores fulcral na refinaria de Sines, o dos “operadores de consola”, está em pleno processo de recusa de uma identidade “operária” e de construção de uma alternativa. Busca-a por oposição a outro grupo, considerado indiscutivelmente operário, e enfatizando as vertentes técnica e hierárquica das suas funções. Ao fazê-lo, distancia-se da visão não-probabilística do perigo e do quadro de representações e valores que os operários inculcam nos novatos, e que servem depois de base aos mecanismos de precaução que aplicam e à neutralização de outros factores sociais de perigo. De um obstáculo à indução de perigos acrescidos, os operadores de consola parecem estar a tornar-se, por este processo, num factor que a favorece.
Leia "Quando a Identidade é um Perigo - mutações identitárias na refinaria de Sines"
domingo, 4 de fevereiro de 2007
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