Acabada a importação deste blog do endereço anterior (um grande obrigado, Marta!), reparei que o Antropocoiso começou há pouco mais de um ano. A efeméride foi na véspera de o povo "sair da garrafa", mas nego qualquer relação de causa/efeito, mesmo que espiritual.
Isto começou como uma forma de ter onde disponibilizar os meus artigos e, pontualmente, dizer umas coisas sobre assuntos (mal) esquecidos ou que me parecesse necessitarem de um outro ponto de vista, para juntar ao muito que acerca deles estivesse a ser dito.
Um ponto de vista não da Antropologia (assim, com letra maiúscula), mas de um cidadão que olha o mundo de forma um pouco diferente por a sua vida ser fazer antropologia e que (como os seus colegas) faz antropologia de forma um pouco diferente, pela sua particular experiência e história de vida.
Coisa modesta e quase confidencial, portanto.
Entrementes, no endereço anterior, que fornecia estatísticas diárias, tive a surpresa de ver o número de visitantes estabilizar nos 150, mesmo quando estava semanas sem afixar um post. Sendo esse número, ainda, quase confidencial, sente-se mesmo assim uma responsabilidade de dar algo em troca dessa simpatia e persistência.
Isso é fácil quando estou fora de Portugal, em sítios bem mais mexidos do que o meu belo mas rotineiro jardim à beira mar plantado. Aí, com a modéstia e o olhar "fresco" de quem é de fora, há sempre coisas que me interessa comentar - e sempre é uma forma de manter contacto com a família e amigos.
O número de posts vai engordando sem esforço, o número de visitantes não sei, mas felizmente o Antropocoiso não é um desses fenómenos de merecida popularidade como o Abrupto, o Arrastão ou o Diário de Um Sociólogo. Aí, ver-me-ia "à rasca", pois nem esta é a minha vida nem tenho a titânica capacidade de trabalho do Carlos Serra.
Mesmo assim... este modesto cantinho vai sendo pontualmente referido e citado, tendo mesmo sido levado, pela mão e generosidade de um colega bloguístico e académico, para as páginas do jornal que todas as semanas leio, a propósito de um esclarecimento antropológico acerca de um acontecimento da actualidade.
Para além de um prazer e de uma ligação com os outros, atrevo-me por isso a pensar que o Antropocoiso tem alguma utilidade - para as pessoas e, talvez, para a divulgação das formas de pensar nas ciências sociais.
Entretanto, instalei há uns dias um "brinquedo" que podem ver aí ao lado - o Feedjit.
Uma consequência disso é que a minha filha, agora, me pede que abra o blog para ela ver se há bandeirinhas diferentes.
Outra é que, de repente, uma pessoa atribui locais a esses visitantes que antes eram apenas números, quando os havia. Não é o mapa-mundi que encontramos nos blogs mais concorridos mas é, mesmo assim, surpreendente: localidades portuguesas de que nunca ouvi falar, países inesperados, acesso por links que se julgariam improváveis, saídas para sites científicos que aqui linquei.
Se nos lembrarmos que um bom artigo, publicado numa revista científica de referência, costuma ser lido por umas dezenas de pessoas e que um livro científico premiado pode vender apenas umas centenas de exemplares, isto dá que pensar. E convence que valeu a pena.
A todos os visitantes, um grande obrigado.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
6 comentários:
Confesso que ando nestas 'andan�as' � pouco tempo e tamb�m � pouco tempo descobri o antropocoiso, nome deveras sugestivo com o qual engracei logo!
Do (ainda) pouco que vi do blog gostei e acredito que d� uma nova ou diferente vis�o sobre as ci�ncias sociais.
Conto voltar mais vezes pois sinto que tenho muito a aprender aqui:)
Cumprimentos!
Muito obrigado!
Já agora, aconselho uma visita ao "Camara Clara", do Filipe Reis.
A julgar pela sua webpage, vai gostar.
Só agora tive conhecimento deste seu cantinho.
Em jeito de desabafo deixe-me dizer-lhe que tive duas grandes referências como professores. O 1º o Professor Carlos Serra que me deu a conhecer este seu Antropocoiso.
Outro o Professor Luís Polanah( infelizmente já desaparecido), grande Moçambicano que me fez amar a antropologia.
Estas parecem-me ser duas grandes razões para o visitar com regularidade.
Parabéns por este seu blogue e fique certo que serei sua atenta leitora.
Kanimambo.
Caro professor:
Também sou um grande fã do seu blogue, sobretudo quando deixou de ter aquelas risquinhas, que me deixavam enjoado.
Recorri, claro está, à tremenda lobi interna, já que os procedimentos protocolares se revelaram infrutíferos.
Quero também agradecer a publicitação da minha humilde página, ocorrência de que fui avisado pela minha lobi interna.
Um abraço, caro professor
Pedro Penilo
Aquele abraço, Pedro.
Enviar um comentário