sábado, 19 de fevereiro de 2011

Ele há vocações que não se podem desperdiçar


Temos que pôr o homem a conduzir um taxi, enquanto vai dizendo coisas destas.

2 comentários:

P.A. Lerma disse...

A cada coizo as suas coizas

o taxista cospe sentenças para criar laços com o cliente e ganhar cobres extra

todo o homem quer deixar o seu grafiti para a eternidade

embora a eternidade e a posteridade serem virtuais como os blogues


não entender as razões de qualquer homem cuspir sentenças e afirmar a sua existência no mundo

nã faz de si um mau ou bom homi´

mas faz um antropólogo de duvidosa imparcialidade profissional

digo eu que não existo

(Paulo Granjo) disse...

Acredita na imparcialidade profissional dos cientistas sociais? Acha que, a ser possível, ela seria desejável?

Entretanto, é bem verdade que, por deformação profissional, tenho tendência a tentar perceber porque é que as pessoas fazem determinadas coisas, em vez de simplesmente as mandar para sítios feios.

Mas não tenho nenhuma obrigação de aturar tudo nem, enquanto cidadão, me é exigido analisar profundamente as motivações e constrangimentos de um sacana qualquer que me quer assaltar, que está a bater na mulher ou nos filhos, ou que viola a enteada, antes de ter o direito ao desagrado e indignação.

Acontece que não estudo taxistas.
Pago-lhes (e bem) para me transportarem onde preciso, com rapidez e segurança e, de preferência, sem ter que me chatear com eles para não passar no Porto ou em Faro para chegar a dois quilómetros de distãncia.

Nesse tempo em que estou ali fechado, eles bem podem achar que a melhor forma de ganharem mais uns cobres ou de deixarem a sua marca no mundo é falarem da "falta que faz um Salazar", dos "filhos da puta dos pretos" ou de como resolviam a proliferação de graffitis ou de roubos a "cortar as mãos a esses gajos".

Eu é que não tenho que aturar isso. Nem, muito menos, dourar a pílula.